Será o fim desse passeio?
Hoje ele não veio.
Cadê meu anjo brincalhão?
O que finge ser durão, mas rasga sorrisos e gracejos...
Faz do céu um realejo ensandecido.
Cadê meu Querubim o que conheci naquela noite de estrelas,
brincando de lua cheia no canto da constelação?
Fico aqui feito Bilac,
imaginando a Via Láctea, e o que há para fazer por lá?
Até onde meus olhos podem alcançar procuro esses que voam.
Mais fáceis de se encontrar.
São tantos anjos e arcanjos ou são arranjos da imensidão?
Eles visitam as casas?
Entram e sentam no chão?
Deixam suas nuvens e o céu,
e fazem caminhadas por aqui?
Anjos, Aranjos, Serafins e Querubins...
Um é Miguel, outro Gabriel, outro Rafael
Mas...
outros nomes tenho conhecido,
sem asas,
sem cabelos cor do sol,
nem olhos cor de céu,
nem roupas especiais,
nem brancos,
nem transparentes
nem reluzentes.
São anjos-gente.
Choram conosco,
comem chocolate,
sentem dores e são donos de sorrisos que curam.
De abraços de paz
capaz de fazer, um aperto no peito passar.
Ficam felizes por nos ver,
e nos fazem crer nas coisas do céu!
Anjos-gente.
Que de repente estão do nosso lado e não voando por aí.