Quem sou eu

Minha foto
Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Ironia

Fim de tarde com mar,
Com calçadas largas para caminhar,
Com o vento abusado que sacode as árvores.
Fim de tarde com árvores !
Com o doce de um sorvete de palito.
Sem os desvairados apelos do relógio.
Sem pressa.
Lenta.
Sem salto alto.
Sem papéis escritos,
Sem os gritos do compromisso do dia.
Sem um corpo aflito.
Sem sistemas nem problemas.
Fim de tarde sem rumo.
Sem obrigações.
Sem encontros agendados,
Sem troca de cartões.
Fim de tarde sem sono.
Sem ter que voltar logo.
Sem ter que mostrar a identidade na entrada.
Sem ter que torcer por uma vaga no estacionamento.
Sem parar em nenhum momento.
Tardes rosadas, regadas ao som do violão de alguém.
Tardes que se misturam com a noite e se vão calmas na presença das primeiras estrelas.
Tardes que terminam assim, só nas férias!

terça-feira, 20 de março de 2007

Remendo

O que a memória ama se eterniza.
Pois sem a saudade o amor vai embora.
Bem-vinda seja cada lembrança que adoça o desejo.
Que aquele beijo tenha a coragem que não tenho.
Venho cantando pelo caminho,
Faço versos e desenhos no papel.
Não era certo que a vida seria feita só de afetos?
De alegrias sãs?
Nestas tentativas vãs de ser poeta, cara-a-cara estão os abismos da palavra...
Acho que minto para guardar a doçura.
Manter um pouco de ternura e a paixão pelas minhas histórias.
Entre a dúvida e a certeza há um remendo.
Melhor viver entre elas, mantendo a paz das lembranças amadas.

sábado, 17 de março de 2007

Rumo

A gente cresce e a graça acaba?
Faz de conta que o tempo da maldade é apenas um uma ficção na TV.
A gente cresce e a lágrima agrada?
Faz de conta que chorar é remédio.
A gente cresce e a verdade some?
Faz de conta que sonhar é o melhor meio de sobrevivencia.
A gente cresce e o amor não chega?
Faz de conta que ainda que ainda nem nasceu.
A gente cresce e os queridos morrem?
Faz de conta que se foram pois queriam liberdade.
A gente cresce e a mansidão desaparece?
Faz de conta que é só um dia cansado.
A gente cresce e conhece o gris?
Faz de conta que é só a chuva lá fora.
A gente cresce e esquece?
Da doçura de criança.
De como é bom andar descalço.
Do gosto do sorvete de morango.
Da cor real dos cabelos.
Esquece do que gosta muito.
De agradecer.
Da letra daquela música.
De procurar aquilo que se perdeu.
Do rosto de um grande amor.
De estender as mãos.
De dar recados.
Esquece de vestir algo vermelho para ser notado.
Esquece de ter alguma coisa nova.
A gente cresce... e desaparece!

Prisão

Versos, sei que não morrem, só ficam por fazer.
Nestas gavetas há vários deles.
Pela metade, com uma única palavra, outros avessos.
Papéis rabiscados de tentativas.
Quando são terminados vira uma festa entre nós, poeta e verso.
Comemorações, perdão e registro.
Estabelecemos a paz do nascimento.
Pensando sobre os versos,ainda falta uma coisa...
Poesia e palavra, sem um leitor, morrem rápido.
A guerra começa.
Poeta que ama o verso,
Leitor que não os entende.
Rasgados por vezes, são feitos de dor e espera.
Leitor que não os entende.
Tirados da poeira, lavados e refeitos.
Leitor que não os entende.
Mesmo não tão perfeitos, filhos amados.
Pedaços de alguém.
Leitor que não os entende.
O poeta e seus versos são refens de todos os olhos.
Quem há de estabelecer o perdão agora?

sexta-feira, 2 de março de 2007

Descontexto

Nada de novo.
Mesmos caminhos,
mesmos carinhos,
mesmos retratos.
Mesmas as cores,
as dores de amores,
as violetas e todas as flores.
Os desajeitados bom-dias,
Os desafinados encontros pela casa.
O gosto do café e a fé para seguir em frente.
Nada de novo.
Rotina e a esquina que você desce.
Poucas palavras, quase nenhuma.
Nada de novo.
O amor não chega, somente, contente...
Faz festa e não faz,
Não fica e se vai.
Controverso e desmedido,tão contrário, tão a favor.
Nada de novo poderia esperar.
Posto que se consome de tristezas e se distrói de alegrias,
Posto que é o que é, até une desiguais.
Mas o amor "tudo suporta, tudo crê, tudo espera".
Quem não faz nada disso somos nós.