Quem sou eu

Minha foto
Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Ana

Você tem o melhor sorriso e o abraço mais esperado,
seus beijinhos pequenos, enchem de fé meu dia cansado.
As primeiras palavras desajeitadas são feito melodias encantadas,
tudo o que você faz é bom para a alma.
Ver seu sono me acalma.
Sua chegada me deu novos sorrisos,
Novas razões, novos motivos.
Enfeitei seu quarto,
Programei o parto,
Esperei o dia...
Fiz verso de seu nome,
desenhei, com meus dedos, seu rosto no ar.
Ensaiei com uma boneca como poderia te ninar...
Adormecida em meus braços mais um dia se vai.
O tempo te leva tão rápido...
Na calma do teu sono de menina, minhas orações se enclinam ao Pai.
Ana, promessa.
Ana, começa.
Ana, cheia de graça.
Ana recomeço de mim.
Por causa de seus olhos marejados, tento ser melhor.
Por causa dos seus sorrisos despretensiosos, meu amor se aquece.
Por causa do seu caminho sempre haverá uma prece.
E de retrato em retrado consigo tê-la comigo.
Pois tem qualquer coisa de anjo registrada ali.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Passagem

Sem obrigações, veio a palavra.
Como saber se vai ficar?
Descrever um poema em rimas, não se pretende tanto.
Desobrigada do verso,
Faz um passeio bem rápido pelos verbos e tempos.
Procura uma linha, um texto, um leitor desavisado, mas de olhos cativos.
Procura um leitor, desobrigado da gramática, da retórica, das regras...
Como quem chega sem querer e acaba ficando.
Como quem abraça e faz disso um laço.
Como alguém que estava passando e parou para olhar.
É asim a palavra quando chega, chega e pronto!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Três “esses” de Quintana

Amanhece, silenciosamente vou pelo caminho...
De novo o primeiro “esse” – silêncio.
Pretensão a minha ouvir uma palavra pela manhã.
Não. Estava lá, como sempre está.
Na solidão do dia sem rotina, um toque de Sua mão.
“Será comigo?” – pensei humanamente.
Eu que não paro para conversar a tempos...
Eu que somente falo comigo?
Eu?
Sim. Há algo do céu...
Desajeitada como me sinto, nem sei me ajoelho, se não.
Nem sei se fecho meus olhos ou os mantenho abertos.
Nem sei se junto minhas mãos.
Colhendo lágrimas, volta o silêncio de “esses” que valsam na minha frente.
E sem querer... serenidade sobrenatural, pois tudo que traz alívio é divino.
Sem reparar no que fiz, se de joelhos, ou mãos atadas, olhos fechados ou não,
Agradeci a visita dessa trindade:
Silêncio – Pai,
Solidão – Filho,
Serenidade – Espírito.
Como uma oração que se faz de repente.

Conversa

Até aqui, pensei que a dor dos outros fosse sempre menor do que contam ser.
Pensei que algumas lágrimas fossem exagero.
Pensei que a descompostura de uma mãe diante da desobediência de fraldas, fosse impaciência.
Dei nomes e sentenças a tantas coisas que pensei...
Pensei que o amor sempre chegaria contente.
Pensei que crescer seria apenas ficar mais alta.
Pensei que ouvir com calma era apenas deixar alguém falar.
Pensei que manter a seriedade era não sorrir.
Pensei que dar algo à alguém era apenas entregar um presente.
Pensei que ajudar as pessoas era apenas dar uma informação que faltava.
Pensei que ser honesta era somente pagar as contas com todas as moedas.
Pensei que falar a verdade era dizer o que eu pensava.
No exercício dos meus três “esses”: silêncio, solidão e serenidade,
Pensei que eu fosse melhor.
No desfile dos meus defeitos vejo que nunca pensei direito sobre as coisas que vejo.
Tenho olhos inúteis, apressados e administrativos.
Tenho a mesma descompostura das mães diante da desobediência de fraldas...
Necessito de olhos sem pressa, que passeiam, que esperam e que pensam.
No segundo “esse” dessa conversar, já sinto que outros olhos me vêem.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Minhas

São minhas as coisas que vejo.
O sol desfilando de amarelo batendo sua luz em olhos esverdeados.
O dourado de alguns fios de cabelo,
O melhor sorriso para anunciar uma alegria.
Paredes cheias de retratos que denunciam a história de alguém.
Tempos felizes...
São tão minhas as coisas que vejo.
A tarde avermelhada que muda a cor da paisagem,
Os passos lentos e seguros de um bichano.
Os enganos de um coração confuso, ora ama, ora não ama, ora ama, ora não ama
O prazer de um banho quente.
Um copo d'água após o sal.
São tão minhas as coisa que vejo.
Resposta certas não importam, importa que sejam certas as perguntas.

Frases

Passeavam na rua sem se dar conta de que o luar estava filmando...

O poeta nunca perde o verso, não deve desculpar-se ou render-se aos caprichos do leitor. Apenas o verso descansa e virá quando puder! É o exercício da paciência para ambos.

Enquanto a palavra não chega, posso emprestá-la, assim como faço agora: "Há leitores que acham bom o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais." Mário Quintana.

Palavras são gaiolas que podem aprisionar os olhos para sempre!

Quem pensa que o poema termina com a última palavra escrita é apenas um leitor. Não conseguiu ainda a sua liberdade!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Sem querer

A noite chega e anoiteço também.
Fui coberta com um manto de saudades.
Tenho saudades da menina bonita,
do laço de fita.
Dos pés descalços na calçada molhada.
Dos cadernos de poesia,
Das bonecas confidentes,
Do cor-de-rosa das mochilas que abrigaram meus segredos.
Dos que ainda vivem em minha memória.
Das brincadeiras, das fotografias, dos doces lamentos do primeiro amor.
Dos passeios especiais,
Das cartas decoradas,
Da pressa em viver...
Dos meus olhos esverdeados no rosto queimado de sol,
Dos cabelos de Rapunzel,
Dos chocolates escondidos na gaveta,
Das coleções,
Da beleza que o espelho provava ser minha.
Saudade da primeira vez que ganhei uma competição.
Sem querer veio a saudade, e nesta noite as estrelas não estavam no céu,
todas tomavam conta de mim.

Vaidade

A palavra é minha.
Livre vai no vendaval de uma vida.
Chega, descansa um pouco, mas segue sem disfarces.
Quando é, basta ser!
Quando se oculta, basta calar-se!
Quando grita, basta um lamento e no momento único do verbo, desfalecer.
Recuperada segue a palavra até ser tatuada no papel...
Se escrita, aprisionada!
A palavra é livre em sua valsa própria de escolhas.
Se ficar terei comigo, os que leram alguns versos...
Seguindo, me levará aos que nada sabem de mim.
Posto que é a palavra livre, então sou eu a prisioneira.
O que importa não é ser poetisa.
Importa, deixar rastros...