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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

domingo, 26 de outubro de 2008

Ana Carolina

Acho que Deus um dia olhou lá de cima e confiou em mim!
Confesso,
antes dela,
eu não sabia muito bem as dimensões do amor, mas tenho aprendido...
não lamentar o tempo,
não apressar tanto o passo,
não me torturar pelos erros,
nem me deixar tão segura dos meus acertos,
não fazer só orações, ter ações no meio delas,
não perder a memória da minha infância,
não me assustar mais com a vinda da maturidade.

...tenho aprendido.
Perdoar é preciso,
paciência é necessária,
muito carinho recebido,
nem sempre ofertado. (desdobramentos de quem cuida de si mesmo.)

...tenho aprendido, não tenho o tempo que gostaria,
nem brinco tanto de princesa,
passamos pouco batom,
pouco tempo no banho,
pouco cantamos juntas, comemos juntas, rimos juntas,
entre a doçura e a repreensão, sempre vai uma lágrima minha.

...tenho aprendido,
a deixar formatos pueris da minha presença,
em todos os cinco minutos que tenho com ela.

...tenho aprendido a esculpir seu coração com a minha voz,
com o meu olhar,
com a força divina das minhas orações de socorro, se não sei o que fazer.

Confesso, não faço como gostaria,
não estou onde gostaria de estar,
e tento viver a ambivalência de um coração-mãe,
que traz sua filha nele...

...mas Deus, sabe bem como "converter" o coração dos pais a seus filhos,
e de seus filhos a seus pais, nessa vida de sobreviventes e remendos.

...tenho aprendido, a esperar: "só mais um pouquinho mamãe"...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Falta de ar II

Não há palavra o silêncio desertifica o momento, faltam muros para a "defesa".
Um abrigo, desses duradouros, impermeáveis,
de uma inteireza única.
Ficar ali.
Civilizar o deserto, fazer de si mesmo uma fortaleza.
Ser ora um caminho, ora uma muralha.
Ser ora habitável, ora não.
Só quando não há palavra e o silêncio congela o momento,
se ve como falta verdade para encarar as coisas como são.
Só quando não há palavra sabe-se o valor do discurso,
e a afronta do silêncio.
Falo de coragem,
de limite,
da luz e da sombra que se projetam em nós.
Palavras, são as flechas lançadas,
ora com força, ora sem alcance.
Palavras são as inadequações daquilo que temos que explicar,
coisas não ditas,
falas impróprias,
eloquências legalistas.
Só quando faltam as palavras notamos o quanto consumimos de silêncio.
Ter nó na garganta é o acúmulo do "não dizer".

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Falta de ar

É assim.
O nó na garganta.
A missão solitária de ser "irrepetível",
O ser o que sou, como sou.
Sem vestimentas alheias,
só com a pressa da honestidade, não da perfeição.
Por onde eu for haverá:
gente melhor do que eu,
mais bonita do que eu,
mais inteligente do que eu,
mais competente do que eu,
mais novas e mais velhas...
Para quem tem a eternidade em si, saber-se transitória,
reforça o que é "urgente".
Depois de alguns trajetos,
e do jeito que aprendi,
só meu coração pode fazer exigências.
Só ele deixo que me cobre ser melhor,
não a melhor,
ser bonita,
não a mais bonita,
ser inteligente,
não a mais inteligente,
ser competente, não a mais competente,
e viver bem entre mais novos e mais velhos.
Só meu coração é juiz das razões escondidas nas escolhas que faço.
Hoje, escrevo, não por talento,
por vontade,
por domínio,
mas para tentar desfazer esse nó na garganta.

*Obra publicada na Antologia Poética - Palavras Veladas - Editora Andross - 2009

domingo, 5 de outubro de 2008

Qualquer um

E quando não "sou poeta", não sei do meu destino.
Desatino sem a letra,
desafino sem canção.
Sou repleta de desvios.
Meus atalhos são retalhos,
de um caminho.
Despenca meu horizonte.
Quando não "sou poeta", não sei o que sou.
Tenho sempre, um "não sei que" que me afronta...