Quem sou eu

Minha foto
Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Realidade

Haveria explicação para dias sem destino?
Eles existem e parecem tão contrários a tudo que vivemos.
Uma dose de realidade interrompe sempre as horas mágicas do caminho.
Dias assim, sem destino, começam por começar.
São inúteis momentos em terra seca.
São momentos, sequer piedosos do contrário, são acusadores,
envelhecem a gente,
é o lado vivo, que dói cada vez que fisga da mente uma imagem amada.
Dias assim, só nos resta a lágrima.
Lágrima que se desprende lá de dentro, onde tudo ainda dói tanto.
É aquela sensação asfixiante do impossível,
do sonho,
da loucura,
da contemplação.
Dias assim, sem destino, terminam por terminar.
Deixam sempre algo devastado e o peso da realidade nos ombros.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Eco

Estão soterradas.
palavras que guardei.
Enterradas.
Estão sendo veladas para cumprir sua sorte.
Fim de tudo que não é dito, a morte.
Partiram ainda cheias de ecos.
Caladas ficaram, até que a memória se revelasse viva.
Não podem mais ser ditas, não as que sepultei.
Deste luto aprisionado,
que choro uma dorzinha boba,
me refaço em instantes.
Nada mais morrerá ecoando,
enquanto eu puder falar.
De sorte que tudo que eu diga,
seja perdoado,
seja inesquecível,
seja em tempo.

sábado, 8 de março de 2008

Instante

Me faço perguntas, não raro, nenhuma resposta.
Vai ver escrevo por desabafo, por solidão, por tentativas.
Por ver beleza nas palavras, por estar desprevinida, por ser indiscutível a vontade de abraçar o instante.
Vai ver quando escrevo me sinto amada, certa de que estou na história.
Não sei do que é feito o instante, mas com palavras o aprisiono.
Vai ver sou resoluta o bastante para escrever...
Perguntas que faço, intimidade que tenho comigo.
Inoportuna quando não tenho versos.
Impressionada quando leio outros versos.
Desamparada e dolorida sem as palavras sorridentes que espero tanto.
E, feliz, só feliz... quando sou lida por alguém.

terça-feira, 4 de março de 2008

Escorpião

Nada tenho de bonito, hoje é um dia enraivecido.
Não quero ser otimista.
Vou chorar meus mortos,
não ter esperança,
nem ter que acreditar para sobreviver,
nem ter que explicar nada para ninguém,
nem sorrir.
Não quero nenhum conselho,
nem versos de auto-ajuda (alías nessas horas acinzentadas, são os piores).
Otimismo e caos não combinam...
Levo uma fúria nas veias,
vontade de gritar qualquer bobagem contra as convenções,
regras,
chatices,
e ser sem medo,
sem culpa,
sem o "bendito" limite para tudo.
Nada de brandura em dias como estes.
Não oferto calma,
nem paciência,
tenho de sobra arranhões, doendo...
Também sou feita deles.
Hoje tudo é impreciso e misturado,
vago e amorfo.
Hoje me deixem ser lenta e inesperada,
Preciso do opaco,
do avesso,
da contradição,
da sombra.
Meus quereres são"noturnos",
na umidade dos pensamentos mais impróprios,
mais proibidos,
nus quando bate a luz.
Seria a vingança perfeita,
fazer tropeçar os irretocáveis.
Nada de cores claras,
irritantes,
rostos angelicais afrontando meu direito de ser asfixiante.
Hoje tenho um vácuo inexplicável e desejado,
uma solidão consentida.
Um veneno na boca.
Uma dose de maldade refinada,
áspera,
cortando em pedacinhos tudo que é delicado.
Apropriado.
Convencional.
Dispenso olhares perfuradores de comparação,
elogios abandonados na hora vazia de conversas tolas e ocas,
hipocrisias,
implacáveis dissolvem minha inteligência.
Que se calem...
Hoje há um vácuo inexplicável e desejado,
uma solidão consentida.
Um dia de nãos.
Um veneno na boca.

segunda-feira, 3 de março de 2008