Quem sou eu

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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Prece

Faço uma prece.
Não me apresse,
não me distraia, para que eu não cai.
Não saia daqui só de ausências.
Já sei-me distante,
alguém sem avesso,
de formas por fora ,
mas oca por dentro.
É dia em meu rosto,
mas noite e desgosto,
que trago aqui dentro.
Faço uma prece,
e quem sabe o vento apresse as palavras,
ou leve o silêncio,
que tanto me encara.
São raras as horas que sinto doendo,
palavras,
demoras,
memórias do tempo.
São dores que cortam,
que fazem sangrar,
são coisas da alma,
que fazem chorar.
São raras as horas de arrependimento.
Faço uma prece.
Faço o que posso.
Faço joelhos sempre eretos,
dobrarem-se no frio da madruga.
Me penitencio,
como se a vida não fosse de graça.
São horas de súplicas,
de tantas palavras que sempre me perco.
Pai olha para mim que não sei o que faço,
o mal que não devo ou o bem que conheço?
Sei que mereço a dor das escolhas,
das coisas que faço,
e as cicatrizes dos cortes,
dos laços, serão evidências de todos os meus passos.
Pai olha para mim...que não sei o que faço.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Borboleta

Andar pelos mesmos caminhos e vê-los novos.
Que arte é essa?
Fazer da estrada mais do que um destino?
Há de ser um risco.
Uma transformação.
Um início.
Uma saudável confusão,
uma revolução,
uma alma em movimento.
Há de ter alguma razão.
alguma equação,
alguma "matemática" do sentimento.
Razão sobre emoção.
Quem fará essa conta?
Que resultado terá?
O que confunde tanto as coisas?
No mesmo caminho, deixar o que fica.
No mesmo caminho, se despedir do que vai.
No mesmo caminho, mas com outras pessoas,
outras histórias,
outras urgências.
No mesmo caminho, mas com outro sorriso,
outro ombro,
outros amigos.
No mesmo caminho, mas com cores novas nas paredes,
outras roupas,
outro cheiro,
outro endereço,
outro trajeto.
No mesmo caminho, com outras janelas e outras estrelas,
outra decoração,
outra casa,
outro coração.
Outro jeito de chegar,
outra coisa para falar e muita fé.
No mesmo caminho, mas com outra palavra,
outra música,
outra vaidade,
outra verdade,
outras gavetas.
Hoje, numa tarde comum ouvi um poema incomum:
"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade".

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Amargo

Aviso, o verso não pode vir.
Ventou um tempo.
Vazio.
Via láctea de Bilac, no papel.
Vi o nada.
Vi o fim.
Vi o que não consegui nutrir.
Vida feita de meias palavras.
Vi também o que não é.
Vi até o que não sou.
Vi no espelho um rosto triste na madrugada.
Vi o avesso do amor.
Vi o que você vê.
Vi que não basta crer.
Vi que não basta ser.
Vi que não basta ter.
Vivemos o necessário.
Vi você encapuzar meu coração.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Tempos melhores

Faz tempo o amor me encara, faz das suas...
Dá na cara que tem luz acessa na alma.
Faz brincadeiras com a minha calma,
pensa que pode ficar,
que pode chegar,
que há lugar.
Faz tempo encaro o amor,
feito de dor,
de renuncias e perguntas,
de pequenas coleções de olhares e lembranças e saudades.
Que verso piegas.
Ridículos são todos os apaixonados.
Autênticos,
desmedidos,
inacreditáveis.
Inconsoláveis em suas crises.
Insuportáveis em suas despedidas.
Intensos de sabor feito uma barra de cholotate meio amargo.
São em tudo capazes de mudar o mundo.
Donos das melhores idéias.
Engraçados,
nítidos,
abusados,
andantes,
ardentes,
lineares,
poetas,
lívidos,
pensativos.
Um copo d'água no calor.
São criaturas aladas, parecem ficção, conto-de-fadas.
São melodias preocupadas em marcar o momento.
São desatentos, estrelas em pleno dia,
e sol na noite a dentro.
Que transtorno é o amor.
Uma incômoda ventania que desarruma os cabelos,
que acelera a respiração e nada mais importa.
Uma gratuita sensação de "dias mágicos" que ficam testando o azul do céu.
Que confusão adocicada com gosto resignado,
são sorrisos sobreviventes, posto que o amor devasta tudo...
Felizes tempos...quando pensávamos que tudo iria ficar melhor depois.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Encontro nos desencontros

O amor deveria trazer dias de paz,
capaz de fazer sumir tudo o que não é amor,
fazer abrir a flor que vive no botão.
O amor deveria ser a seiva do coração,
a porção de passos que faltam na estrada,
ser o erro e o acerto,
ser virtuoso não vicioso,
ser justo não injusto,
ser sempre legítimo não ilegítimo,
ser de bondades e de maldades e de bondades outra vez.
Ser mal-me-quer que termina sempre em bem-me-quer.
O amor deveria se articular,
perdoar os desencontros dos encontros,
ser emblemático,
sempre ouvir " serenatas",
aceitar os abraços,
os deslises,
e todas as palavras que se pode falar.
O amor não deveria colecionar lágrimas.
O amor não deveria aparecer sozinho a 1 da madrugada...
O amor faz uma oração e esconde no fundo de lago seus desafetos.
O amor não deveria ser oficioso mas oficial.
O amor não deveria ser ético, deveria ser louco.
O amor deveria ter o gosto de atum com leite.
O amor deveria ser do MPB ao rock.
Deveria ser assim mesmo, feito de misturas estranhas...
Ter nome, endereço e um abraço a qualquer hora.
ie além dos livros de poesias,
Deveria ser uma história em quadrinhos.
Deveria vir em forma de anjo,
de chocolate meio amargo,
de surpresas.
Que o amor procure quem deve se encontrar!