Quem sou eu

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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Para os meus...

Não nego a graça dos céus, meu coração reconhece e sabe, e certa de que há lógica na vida, Deus me viu e disse: "É aqui que vai ficar!" e imagino que sorriu, satisfeito e seguro de sua decisão. Minhas palavras de hoje são gratidão e saudade.
Vasculhando minha memória, já que tenho "gavetas", quantas tenho aberto para reviver as sensações e reativar o sonho, "cafuné" que me permito, parecendo real o gosto da pamonha doce, a mesa do café da tarde, cocada assada e tantas outras coisas que recheavam a vida que estava por vir. Não haveria mesmo outro lugar, Deus tinha razão.
Impensável, não passar os Natais juntos, algumas férias na praia, e as brincadeiras entre primos, de nomes sonoros e de corações prontos para amar. Brigávamos? sim brigávamos, mas a vontade de "paraíso" era tão grande que a briga virava abraço e um rápido pedido de desculpas, para não se perder tempo. O "barracão" era palco de tantos encontros, hoje, foi reformado, mas ainda estão lá, as cenas de tudo que vivemos. Não existe mais a Ignácia, mas quem não se lembra dela? (um espanador verde que era brinquedo para nós...) A torre de energia, que subíamos na tentativa de crescer ou talvez, ver as coisas de cima ou entender as reações adultas dos que nos viam assim. Em lugar das jaboticabeiras, uma piscina, mudou a paisagem. Essa casa, ainda existe, mas nunca mais senti o gosto do maracujá doce que colhia na hora, mas posso ouvir o barulho dos aniversários e das nossas brincadeiras na piscina de plástico. Havia celebração na casa do tios, sempre era festa quando todos se encontravam. Do patins fomos aos passeios no Alvorada, e aos primeiros ensaios da juventude as coisas tomavam outro ritmo. Gaveta dos que se foram: tios muito queridos, pais e pessoas que conhecíamos, e nós nos encontrávamos também nessas horas doloridas, com o mesmo abraço de sempre, aquele rápido, mas enlaçado de amor.
Deus tinha razão. Não haveria lugar melhor, do que este. Lembranças engraçadas, com licença ao "autor", mas era engraçado ver uma pirâmide sobre a cama e as suas coleções estranhas. Todos tínhamos nossas esquisitises! Todos ainda temos. Foi estranho ver a prima engessada, porque quebrou a cravícula, e chato, não podíamos sair. Alguns, quando pequenos pareciam pequenos querubíns de tantos cachos loiros...hoje, não há mais cachos, mas conservam a essência dos querubins. Ainda nos tratamos assim: "gêmelas", e de fato acho que somos. Vi alguns primos bebês e hoje com bebês nos braços, com a evidência de suas escolhas, uns com as pessoas que escolheram, outros sem elas. Uns ainda na *"Cidade Ternura", outros poetas, músicos, veterinários, fisioterapeutas, farmacéuticos, professores, advogados, programadores, médicos, enfermeiros...mas todos profetas da promessa que se cumpre, família.



* Cidade Ternura: como é chamada a cidade de Tatuí, nosso lugarzinho no mapa...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Desvio

Atentos! quem vai em busca de um Shangrilá, deve saber: não há.
Sempre voltamos, mais calmos, mas sábios e com saudades, porque o "mundo" nunca mais será o mesmo.
Nada é a mesma coisa se não é mais a mesma coisa em nós.
Atentos!
Sempre voltamos.
Com mais cicatrizes,
com mais histórias,
com mais laços e com mais desculpas e, nem sempre inteiros.
Voltamos mais cansados,
mais sofridos,
mais amenos.
Mais lapidados e mais honestos.
E quando vamos, só o "para sempre existe".
E quando voltamos, vazios de eternidade,
ficamos muito mais atentos,
certos de que bom, era onde estávamos,
e que melhor será, para onde iremos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Em tempo...
De fechar os olhos,
de reconciliação,
de aconchego,
de juntar as forças.
Em tempo,
de fazer história,
de mudar caminhos,
de novas orações,
de cooperação,
de doar-se,
de amar,
de enxergar ao redor,
de falar as coisas,
de repousar a fé,
de ter mãos e obras,
de ter pão de sobra,
de oferecer.
Em tempo de
ser resgatável,
de revolver a terra,
de jogar sementes.
Em tempo de viver angústias que não são nossas,
de chorar a dor do outro,
de cessar a lágrima de alguém,
de andar sob a sombra da cruz e,
exorcizar as inquietações internas.
Em tempo está, um coração que não pretende grandes coisas,
nem coisas maravilhosas demais,
mas que tenta, calar e sossegar a sua alma,
nos braços calmos do Pai.
Em tempo, estão todos aqueles que entenderam que somente existir não basta,
mas é preciso viver!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Reforma

Devo avisar, ainda não acabei.
Como desenhos em rascunhos,
telas pela metade,
tarefas começadas,
poemas por terminar.

Devo avisar, estou em obras.
Como muros por levantar,
gavetas por arrumar,
Como letras por "musicar",
danças por aprender,
coisas por esquecer.

Estou em obras,
como doença por se curar,
pessoas por gostar,
esforços por empreender,
fracassos por vencer,
sorrisos por doar,
insultos por perdoar,
exigências a cumprir.

Estou em obras e devo avisar, não sei se elas acabam...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Diferente

São as horas que a noite traz,
as lágrimas de uma saudade longe, tão longe...
São lembranças embalsamadas nos longos momentos de conversa.
São apertos no coração, desses que dói o peito com qualquer som familiar.
São as dores de quem quer falar, falar CONTIGO como antes.
E o tempo passou,
e o vento mudou,
há cansaço na alma,
há tristeza,
há estranhesa.
São as horas que a noite traz,
minutos solitários sem ninguém.
E o tempo mudou,
e o vento passou,
há cansaço na alma,
há tristeza e estranhesa.
É a data da maturação,
do que não é previsível,
de não ter somente os joelhos no chão.
É o diálogo de um coração "menina"
que, bem aqui dentro, só quer acolher a doçura da SUA VOZ.
Porque sabe, o quanto o choro pode durar uma longuíssima noite,
mas, que a alegria chega pela manhã.

* não há mais aquelas longas conversas no meio da noite, mas DEUS sabe ler!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Borges

Começo emprestando um verso: ..."*o mundo, infelizmente, é real e eu, infelizmente sou Borges."-Jorge Luís Borges

E eu infelizmente, sou real e o mundo, infelizmente se fratura.
Coisas e pessoas que infeccionam os sentimentos e as ações, sob protesto digo "sim", mas por dentro fervilha a substância de que sou feita. No silêncio sinto a transbordante insatisfação da dependência. Para tantas coisas perdi a pressa, de outras coisas desisto aos poucos, dessas coisas eu desisto mesmo, essas que não respiram mais...
Sei contar somente até 3: 3 minutos, 3 dias, 3 anos, 3 décadas depois dessa conta amasso o papel e pego outra folha em branco.
Tantas vezes cansada, ainda me lembro que há ALGUÉM que me ama sem que eu precise provar nada.

...e o mundo, infelizmente, é real, e eu, infelizmente sou Eliana!