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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Essa menina

Ela é assim gosta  ficar só nas suas condenações, de pés cansados e mãos seladas, posição para as inglórias pelejas da sua alma...quando vê dá de frente consigo na imprecisão mais aguda e mais lancinante que nessas horas falta poesia, porque poeta sabe como encarar nó na garganta, ela não.

Ela é tecida de doçura e fel, fica sisuda sem  forças  pra sorrisos, sem pernas para o perdão, caminhar custa o dobro de cansaço, e gente teimosa, ela sabe, empaca num azedume mais além.

Ela é tecida de teimosia também, dessas mais marotas, mais transgressivas que vai burlando a alma e criando casca, e nessas horas sabe: "não é flor que se cheire"...

Solitude ajuda  a se achar quando se perde em si, é  dessas que ficam dias em "seus porões" entre remoer e refazer desafetos, numa tecelagem sem fim de fios tantos que até se encanta com eles, mas também são neles que se enreda e nessas horas também sabe que nó não é laço.

Ela que vai da tagarelice ao silêncio em segundos, sai demolindo seus muros com as vértebras aos estalos como se do nada estatelace no chão feito fortaleza ruindo, feito areia varrida de ondas, feito olhos represados transbordando pelos cantos igual chuva quando termina de chorar, escorre aquele fiozinho de água, fino e longo que não tem quem não repare.

Ninguém doma um coração de poeta, tão pouco o dela que é feito de "interminável", de coisas que não acabam assim de ontem para hoje, porque pra ela nada começa de hoje para amanhã, custa tempo e é preço pago.

Há quem se encante com seu jeito de bruma discreta, tom de voz e outros quetáis, mas tarefa difíicl é o todo dia, há quem diga também que não é qualquer um que aguenta essa "grelha na pele", não sei.

Ela é feito duas, mas é uma. Uma que é brandura e sensatez e a outra que é só loucura e acidez, e só quem descobre a alquimia dessa mistura, sabe quem ela é!

Essa menina...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Trilha sonora

Este indomável que mora dentro de mim,
vai ao seu compasso feito dança desajeitada,
como se fosse a primeira vez,
seu primeiro sopro,
seu primeiro assombro,
seu primeiro amor...
Inclemente até, por desprezar razões e ritos,
promotor do caos de tão liberto,
é também a causa da calmaria que me chega lenta  e certa,
quando só disso preciso.
São dele as fontes da vida, e do tudo o que guardo,
a ele guardo mais,
eu tento.
Invento jeitos e modos e tempos, desdobro verbos,
disfarço o rosto,
mudo de assunto, mas ele, indiscreto não é dado ao
desejado silêncio.
Ora não combinamos ele e eu, e pareço não ter  o tamanho
e o espaço para tudo o que me propõe, do tanto que não aceito,
parece que só sabe apertar-me o peito,
corar-me a face,
me provocar esse ousado que vive em mim...
Descompassado só se ajeita quando eu cedo,
dou ouvidos,
acredito.
Esse meu coração é assim um  atrevido conselheiro!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sexta-feira

Para sair com pressa, passos largos,
para o fim do dia, despedida,
para minha alegria sorrisos,
para a sua, meus braços.

Para que a alma ajude, fé,
para não perder a viagem, fica,
para mais um café, conversa,
para qualquer um quer quiser, minha poesia!





sábado, 30 de novembro de 2013

Indulgência

Em ressureição...
Hoje dou vida a pequenas alegrias, embora tanto deva morrer,
que em tempo não sobreviveria, hoje não...

Hoje vou de afetos,
revendo o amor, esquecendo abismos, o acaso e o tempo,  meio de lava pés.

Hoje me dou perdão.
"Porque quem ama transgride."

Hoje que é dia de nada, mas comemoro,
brindes com café,
conversas nos meus porões,
escritos impublicáveis,
e minha meninice de sempre que me salva tanto de mim.

Hoje me rasgo em sorrisos faceiros sugados de lembranças que amor e memórias são de mesma raíz,
eu gosto do que gosto,
desenhos,
rabiscos,
escritos,
um tanto de música para a trilha sonora dos vivos,
e vou renascendo,
ouvindo um "levanta e anda" adocicado,
amoroso,
da voz que conheço bem.

Hoje tenho salvação,
amanhã, amanhã não sei...






quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Agulha

Vivo de alegria estranha, que faz sombra nos amanheceres  que tenho,
vez por outra, me tece em trizteza às agulhadas que solta ponto,
e, sem preço choro.

Choro de alinhavo, nem dura tanto...

Minha alegria é estranha, porque tristeza nem é tão ruim,
ruim é não conseguir mais ficar triste,
encapsulada,
em desencanto, em desalento tamanho que muda a gente.

É na tristeza, na anarquia do coração,
que  dou costuras,
consertos,
reformas,
refeitos.

Dou sorrisos estranhos,
nascidos dessa  estranha alegria em aprender
nem pouco, nem tanto,
o que me baste, quem sabe,  para continuar de esperança,
porque a vida é,  como bem dito já:" um rasgar-se e remendar-se".



sábado, 2 de novembro de 2013

42 fósforos e uma mensagem

Eu sou talhada ainda, coisa que me faz deste jeito, aos poucos, às lascas e essas, essas doem mais...mas me acerto com Deus.

Não me dou tão bem com o "preatear" dos cabelos, nem com o "esgarçar" das fibras, mas me distraio com a "graça" e a vida, e com o tempo me fazendo visita, não envelheço assim tão fácil...

Eu sou saudade de tantas coisas, de todas, das "sem lei" também, e saudade pinça a gente de jeito sem fim, reune tudo e tantos que mal cabem nos meus sorrisos.

Eu sou assim, perdi gente querida, tanto para a "morte" quanto para a "indiferença", duas coisas que atravessam o coração de qualquer um e nos calam aos engasgos.

Eu sou assim, "inchada" de verve, o que me salva o coração de menina, que confesso, nem combina com os "42 fósforos riscados" até aqui, coisa que aceito sem melodias nem rituais.

Felicidade é ainda sentir tudo saborosíssimo, não ser resolvida em muitas coisas, nem ser tão madura assim, tedioso demais ter tudo na "ponta da língua"...

Felicidade é o café de todo dia, a gratidão "desajeitada" por estar na existência, a expectativa pelo o que há de vir e os "queridos" que abrigam quem sou sem reservas, porque eu sou assim.

E, também sou tudo o que não digo.

Eu sou assim, vou esperar sempre pelas "mensagens" que ainda não chegaram...

E tudo, tudo mesmo  fica entre Deus e eu.



domingo, 13 de outubro de 2013

Hiatos

E nos fazemos casa que abriga tudo,
e alimento aos que nos devoram lento e muito,
e nos deixamos inclementes e insanos nas mãos de todos,
e seguimos sendo o que nunca fomos.

E nos engasgos do não dizer,
fica a palavra pisada, em chão de angustias, em terra estrangeira,
em solitude eternal...

Nos salvamos.
Não há eternidade  no que cingido de inércia dá-se ao movimento.
Que atina numa manhã qualquer de que a palavra é ombro,
e braço forte,
vive em  hiatos.

No vão das coisas é onde somos,
o que essencialmente somos,
uma hibridez constituinte que separa impotência de onipotência.

Com a palavra erguemos bandeiras,
desconsideramos conselhos,
enfrentamos o dia mau.

Com a palavra dizemos quem somos, nos elegemos!