Quem sou eu

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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vigilia

Das frestas
das minhas arestas,
ai que sem força,
sem jeito também.
Nem tem mais dever,
vai meu querer,
um instante na noite...

Da voz quase pouca,
tarefa que tenho,
viver heroína,
saber que não sou,
viver contamina,
a sã parte minha,
o modo que venho,
o que não tenho,
e como estou.

Me enclino,
confesso,
um dia eu regresso.
Soluço,
compasso da lágrima,
de ver,
e dever ao céu uma prece.

Que não me apresse,
a alma teimosa,
a ser redimida,
render-me a sofismas,
em nada indulgentes.

Que não me apresse
a mente inquieta,
discreta que seja,
por mais que esteja,
entre achar-se
ou perder-se.

Que não se esvaeça
o espírito por cumprir,
dias sem ânimo.
Clamo.
Peço.
Suplico.
Um momento na noite,
para Deus,
que nunca dorme.

domingo, 24 de maio de 2009

5h00

Minha janela confessa um céu tingido.
Sol aquarelado.
Indo, de rastro avermelhado.
Sem esforço,
ganhei um fim de tarde.
Assim eu vou,
dissolvida nas nuvens.
resolvendo minhas cores,
bem querendo logo amanhecer
... e a noite ainda por vir.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Medida

Hoje eu queria dizer,
que te amo.
Não reclamo.
Nem levanto bandeira.
Amor desfrutado,
de gosto,
e desgosto também.
De jeito.
Um dia a mais não significa futuro.
Irrepetivel, não refaz o passado.
Estar no meio do mar,
não é ter navegado.
Hoje quero dizer que te amo.
Como posso.
Não um amor de "jeitinhos",
só conheço o esmero,
o melhor,
o mais puro que tenho.
Excelente.
Te amo assim, refinando sempre.

domingo, 17 de maio de 2009

Antídoto

Nada tenho de feio, hoje é um dia invertido. Só quero ser otimista. Vou olhar a vida, ter esperança e acreditar para sobreviver, explicar algo para alguém, sorrir. Quero conselho e versos... Otimismo e caos não combinam... Levo brandura nas veias, vontade de gritar: eu sou!  sem medo e sem culpa, para tudo.  Oferto paz, paciência, tenho de sobra arranhões sendo curados, outros ainda doendo. Também sou feita deles. Hoje tudo é renovável. Hoje me deixem ser lenta,  há sol lá fora, e o o dia começa. Preciso de espaço, do lado certo, da direção, da luz. Meus quereres amanheceram, na faxina dos pensamentos mais impróprios, mais proibidos, nus quando bate a luz, encaixotei raivas e os tais irretocáveis. Cores claras, ainda desnecessárias, rostos angelicais são para os divinos. Hoje tenho uma vontade consentida. Uma palavra na boca. Uma dose de bondade refinada, afofada, juntando os pedacinhos do delicado que desfiz dia desses. Apropriado. Olhares de comparação, elogios tolos e ocos foram abandonados, as hipocrisias continuam, hoje, do lado de fora. Inteligente é reverter, retornar, fazer o contorno, abraçar. Que falem... Hoje tudo é renovável. De paz desejada, uma comunhão consentida. Um dia de sol. Um palavra na boca.
Por ora, trégua.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Escorpião

Nada tenho de bonito, hoje é um dia enraivecido. Não quero ser otimista. Vou chorar meus mortos, não ter esperança, nem ter que acreditar para sobreviver, nem ter que explicar nada para ninguém, nem sorrir. Não quero nenhum conselho, nem versos de auto-ajuda (alías nessas horas acinzentadas, são os piores). Otimismo e caos não combinam... Levo uma fúria nas veias, vontade de gritar qualquer bobagem contra as convenções, regras, chatices, e ser sem medo, sem culpa, sem o "bendito" limite para tudo. Nada de brandura em dias como estes. Não oferto calma, nem paciência, tenho de sobra arranhões, doendo... Também sou feita deles. Hoje tudo é impreciso e misturado, vago e amorfo. Hoje me deixem ser lenta e inesperada.Preciso do opaco, do avesso, da contradição, da sombra. Meus quereres são"noturnos", na umidade dos pensamentos mais impróprios, mais proibidos, nus quando bate a luz. Seria a vingança perfeita, fazer tropeçar os irretocáveis. Nada de cores claras, irritantes, rostos angelicais afrontando meu direito de ser asfixiante. Hoje tenho um vácuo inexplicável e desejado, uma solidão consentida. Um veneno na boca. Uma dose de maldade refinada, áspera, cortando em pedacinhos tudo que é delicado. Apropriado. Convencional. Dispenso olhares perfuradores de comparação, elogios abandonados na hora vazia de conversas tolas e ocas, hipocrisias implacáveis, dissolvendo minha inteligência. Que se calem... Hoje há um vácuo inexplicável e desejado, uma solidão consentida. Um dia de nãos. Um veneno na boca.

E se hoje fosse assim?

Sem gaguejar, pedir desculpas.
Sem corar aceitar elogio.
Sem querer, esbarrar no seu braço.
Sem perceber, ter suas mãos.
Sou amadora no que faço,
mas vou escrever...
Sem querer alguém vai ler,
me faço em recados,
vou me exceder, só hoje.
Se eu me repetir, paciência.
Se eu me confundir admito.
Se eu demorar me espere.
Se eu não for, direito.
Se eu me amar, dever.
Aceite.
Seu for diferente.
Em tempo,
em verbos,
no que sou.
Se meu tirocínio ofende.
Aprenda também.
De que se defende?
Se eu não acabar o que comecei,
alguém há de terminar.
Se eu não me obrigar,
Se eu não continuar.
Se eu mudar.
Aceite.
Em tempo
estou,
estranhamente,
não agravo mais o que dói,
o que não quero,
o que não concordo,
o que é seu.
Me fascina ser feliz,
meu recheio é a vida.
Se esperam muito ou pouco,
minha conquista,
é aproximar-me de mim.
Não sou metida a besta,
Porque sempre aprendo,
de desaprendo.
Hoje tenho o coração inquieto,
irredutível,
inegociável.
não faço acordos.
Não abro mão.
Hoje é assim.

domingo, 10 de maio de 2009

Inha, inha...




Há uma musiquinha,
tô reparando,
nas formiguinhas.
Tudo tão cor-de rosa...
Cadeirinhas,
mesinhas,
canetinhas.
Deseinhos,
fitinhas...
A vida cabe nos "inhos" e "inhas",
em neologismos pueris,
em "bonitinhos" enfeites de cabelo,
carrinhos,
ursinhos,
Tô reparando que somos desdobráveis,
nós que temos "inhos" e "inhas" (menininhos e menininhas, tenham eles muito mais de 8, 18, 28, 38, 48, 58...)
Há uma musiquinha,
e dançamos,
e cantamos,
e fazemos festa na alma inteira.
Nossos "inhos" e "inhas",
ainda não sabem,
que cabem em nosso abraço,
não importa o tamanho,
a estatura,
a largura.
Há uma musiquinha...
um som perfeito,
um dueto entre as mães e seus filhos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Chronos

Tenho uma vida agendada.
Hora para mandar o sono embora.
Hora para comer sem que o corpo me peça.
Hora para uma conversa,
um café,
um acordo.
Meu dia na agenda é ferido,
finados.
Gente indo, eu chegando.
Era minha hora,
era a hora deles.
Ambos, recebemos visitas.
Eu sobre a terra,
eles sob a terra...
Hora certa é sempre quando ainda dá tempo.
Para uma abraço,
um passeio,
uma brincadeira qualquer.
Hora certa é almoçar junto,
tratar dos assuntos,
sem querer ter razão.
Uma foto surpresa,
migalhas na roupa,
molho de tomate na calça nova.
Reclamação.
Hora certa é escolher um filme,
abrir um chocolate,
rabiscar um desenho falando ao telefone.
Ir até onde o outro está.
Tenho vida agendada.
Viciante  6h00 da manhã,
para mim ainda madrugada.
Não acerto meu atraso.
Agenda descabida.
E a vida vai, no tempo marcado.
Aos 8, queria os 18, aos 18, 28...
e agora só quero mais tempo,
para tudo o que é alvo do meu amor!




quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mercê

Todos os meus saberes ,
toda a minha fé,
a contrução que me fiz,
vive aqui,
abalada,
sem resposta,
rachada.
Luto com o imperdoável,
com a impotência da minha matéria,
com o "nada posso fazer",
feito sino, badalando verdades.
Tenho camadas, sou feita delas.
Arranharam minha superfície.
Careço de sorriso.
Tenho a realidade modificada,
invadida.
Mudou tudo.
Pensando, não preciso de Babel,
chegar mais perto do céu.
Desisti de me fazer um títere.
Não sou, nunca fui.
Mas, queria,
queria muito não ter que esperar,
ter a solução,
matar a causa,
dissolver os calos criados,
nos meus lados vivos.
Ter isso não é proteção.
Não posso.
Todas.
Cada camada minha,
sente a humanidade,
que eu tivesse a Excalibur,
seria artefato,
aprendo realidade.
Diante dela,
só contingências me sobram.
E, sei,
preciso viver com certa blindagem,
mas não estou livre das balas!




* ...da camada mais funda que tenho onde sinto a ponta da espada, descarto Arthur, sou de outro Rei!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Inverno

...amanheceu, um friozinho intruso deixa o o sol tímido.
Já está na hora de roupa quente, e abraços.
Um chá e luvas.
Mãos dadas.
Está na hora do calor do outro.
Frio feliz.
Amor de 4 estações.
De sobra na dispensa da alma.
Calma para esperar florescer.
Sol outra vez.
Amor de 4 estações.
Eu tenho.
Lindo!