Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Escorpião
Nada tenho de bonito, hoje é um dia enraivecido. Não quero ser otimista. Vou chorar meus mortos, não ter esperança, nem ter que acreditar para sobreviver, nem ter que explicar nada para ninguém, nem sorrir. Não quero nenhum conselho, nem versos de auto-ajuda (alías nessas horas acinzentadas, são os piores). Otimismo e caos não combinam... Levo uma fúria nas veias, vontade de gritar qualquer bobagem contra as convenções, regras, chatices, e ser sem medo, sem culpa, sem o "bendito" limite para tudo. Nada de brandura em dias como estes. Não oferto calma, nem paciência, tenho de sobra arranhões, doendo... Também sou feita deles. Hoje tudo é impreciso e misturado, vago e amorfo. Hoje me deixem ser lenta e inesperada.Preciso do opaco, do avesso, da contradição, da sombra. Meus quereres são"noturnos", na umidade dos pensamentos mais impróprios, mais proibidos, nus quando bate a luz. Seria a vingança perfeita, fazer tropeçar os irretocáveis. Nada de cores claras, irritantes, rostos angelicais afrontando meu direito de ser asfixiante. Hoje tenho um vácuo inexplicável e desejado, uma solidão consentida. Um veneno na boca. Uma dose de maldade refinada, áspera, cortando em pedacinhos tudo que é delicado. Apropriado. Convencional. Dispenso olhares perfuradores de comparação, elogios abandonados na hora vazia de conversas tolas e ocas, hipocrisias implacáveis, dissolvendo minha inteligência. Que se calem... Hoje há um vácuo inexplicável e desejado, uma solidão consentida. Um dia de nãos. Um veneno na boca.
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