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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sem casa e sem destino

por Ricardo Gondim

Há momentos que Deus me expulsa de dentro de mim.
E assim
Sem casa e sem destino, compreendo o meu fim
e sei que não sou divino.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Ai essa palavra que me rodeia,
faz festa, infesta minhas linhas retas.
Resta um ponto, uma questão.
Palavras são resumos de uma vida inteira.
Meia palavra é a solidão do verso que não larga do poeta.
Ai que festa sem barulho,
não ter o que dizer.
Uma comemoração do nada,
um convite em branco,
conformado,
mofado,
sem endereço e nem razão.
Nenhuma palavra com tantas?
Silêncio anunciado?
Não deve ser um poeta quem está aqui.
Calar-se não é deles...
Ai que festa é a palavra certa.
Dói,
Cura,
Reverbera.
São inteiras para serem plenas, as palvras certas.
São certeiras,
sem pudores...
Elas são.
Calado?
Se não for um poeta, está desculpado!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Esquizofrenia

Junto a mim tenho palavras...
Sou voz e as vezes verso.
Sou vento que leva a frase,
na farsa de fazer de conta.
Sou tempo que faz misturas,
fazendo assim,
faço o que posso.
Junto a mim tenho palavras...
Vontade e volta.
Vai a verdade,
um ser vivente,
de olhos verdes...meio vadio.
Junto a mim tenho palavras...
Ensaio falas,
Especialmente as que me calam.
Espero tanto,
Estou aos prantos.
Estou ao meio.
Junto a mim tenho palavras...
Ana
Brasil
Calor
Deserto e dor
Encanto
"Éfe"... (com licença poética)
Gato
Horas e horas e horas
Insesantes intentos
Jaboticaba no pé
Lindas...
Mais além tem mais
Nada.
Oscilantes objetos os óculos em olhos cansados...
Para que?
Quero
Razão
Sandice
Tentação
Um, dois três...
Vestido de festa.
Xadrez?
Zum, zum, zum de palavras junto a mim.

domingo, 4 de maio de 2008

Algumas explicações do amor pelas palavras...

"Poesia é o impossível feito possível. Harpa que tem em vez de cordas corações e chamas”.
Garcia Lorca (Este é o prólogo)

”Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.”
Cecília Meireles (Motivo)

“Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.”
Mario Quintana (Caderno H)

“Meus versos são meu sonho dado.”
Fernando Pessoa (Meus versos são meu sonho dado)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Manifesto

Espero por mim ...
Nem ser mais nem menos do que sou.
Espero aprender que sabendo, nunca sei, e aprendo mesmo.
Por sobrevivência,
por coragem,
por precisar respirar.
Espero não perder a doçura nos dias áperos.
Nem tecer desafetos gratuitos.
Tenho um sorriso e tanto, afinal.
Embora conhecer não seja encontrar, haverá sempre uma busca,
um silencioso procurar no meu interior aplainado.
Tenho endereço, lugar para chegar e barulhos familiares... e por estar segura, respiro profundamente.
Espero que leiam meus poemas,
me ouçam um pouco,
e me ajudem.
Quem não precisa de amparo?
Nas minhas cegueiras,
nas minhas tentativas inglórias,
nas encostas dos pensamentos novos,
espero compreensão,
outras mãos,
e outros passos.
Na minha sabedoria, do que já vivi,
freei os rompantes e continuo acreditando em quem já foi mais além.
Espero ter muita fé.
Dessas que não habita só igrejas, mas vai pelo vento batendo no rosto,
pelo por-de-sol avermelhado que sempre reparo,
na diversidade de sons e cores do universo todo.
Há de se ter fé ao ver a criação.
Quero ajudar também!
Espero entender antes de agir,
aprender a me lamentar com limite e voltar à alegria outra vez.
Admirar o simples e poder fazer pequenas tarefas, com a força de quem faz coisas grandes.
Espero cuidar de mim.
Espero ter paz e um amor que me deixe mais bonita,
mais virtuosa,
mais capaz.
Espero que meus "nãos" ditos pelo caminho, sejam ouvidos e aceitos.
Bem-vindos todos os que querem ser respeitados, quero respeito.
Continuo a passos lentos sem pressa.
Construindo meus alicerces,
meus muros, com portas e entradas para eu poder seguir.
Aperfeiçoando minhas qualidades, tratando meus defeitos.
Continuo acreditando em mim a passos lentos sem pressa.
Ainda quero um jardim florido para olhar,
regar essas flores,
criar raiz.
Ter um bicho de estimação e uma janela que entre o sol.
De súbito acordar com um beijo de bom-dia e uma xícara de café...
e mais uma vez, um trecho de Clarice*:
"_ Não sei...
_ Não sei, não é resposta. Aprenda a encontrar tudo o que existe dentro de você."


* Trecho do livro de Clarice Lispector - Perto do coração selvagem