vivo das coisas que sei,
cravejada de angustias,
marejando de saudade,
fabricando calma, diariamente.
Disfarço minhas fragilidades construindo muros,
quem chega,
chega devagar.
Aceito melhor os sofrimentos,
as perdas,
aprendendo a recolher-me sempre.
Bem-vindos são,
mas venham com jeito,
os desencontros complicam a vida.
Embora pareça frágil,
de vidro fino,
quebradiço,
Diariamente também,
me fortaleço com os insucessos,
me aceito comum,
não bebo,
não fumo,
não falo "palavrão",
não durmo tarde,
não exagero em nada.
Não sei mesmo se isso me faz bem,
mas sei bem,
quando me faz mal.
Sei-me assim,
sem muito alarde,
imprecisa,
passional,
ciumenta,
Não há quem me corrija o coração, quando amo.
Sempre lamento minha pressa,
por isso vou devagar,
observando bem,
não me obrigo mais,
me abrigo.
Sou viceral.
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