Tecendo minhas rendas, fiquei na primeira linha do verso que não nasceu.
Queria falar de amor,
das coisas mais aquecidas, queria aos pés da dor abrir sorriso,
escancarado e sem siso,
de jeito meio insano, assim meio desvairada mas não me veio nada.
Ainda nas minhas rendas, junto palavra aqui e ali,
que roupa terá o poeta, de que se enfeita esse errante?
De que é feito este instante?
Do que vou falar adiante?
Ainda distante do amor, e não porque sou menina,
que dessa já foi-se à tempos as tranças, a dança, a boneca...
Não vou de versos de amor,
não chegam neste tear, vai ver ainda é dor o nó que desatou,
o afeto que faltou,
o beijo que me negou,
o laço que não se fez.
Ainda não é minha vez,
que amor é coisa de gente "costurada", ando ainda no alinhavo,
não posso com o soltar dos pontos...
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
terça-feira, 9 de julho de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
Testamento
Que eu não deixe nada sem endereço,
Até aqui, na contagem dos meus dias sou testemunha,
no choro houve consolo,
na falta, houve pão,
no corte, houve cura, se sorte, se não, não sei agora...
Ainda que tenha faltado oração,
sobrou bondade.
Ainda que tenha faltado justiça,
sobrou misericórdia.
Ainda que tenha sido pouca a leveza de coração,
sobrou paz.
Sou a única guardiã de um tesouro finito,
não tenho herança para deixar,
não das que se contam, se somam...e somem.
Nada como riqueza, além dos meus pensamentos, dos meus afetos, dos meus pequenos feitos.
Meu legado é coisa feita a cada dia,
sem acúmulos,
com parte na lógica do amor,
com outra no poder da razão.
Meu destino é sentir,
e quando eu for embora que nada vá comigo,
que eu não deixe de falar,
nem de ouvir,
nem de agradecer,
anda aqui, que eu possa reeditar o amor que não cabe só em mim.
Que nada fique comigo "pra" eu ir certa de ter cumprido a sina.
Até aqui, na contagem dos meus dias sou testemunha,
no choro houve consolo,
na falta, houve pão,
no corte, houve cura, se sorte, se não, não sei agora...
Ainda que tenha faltado oração,
sobrou bondade.
Ainda que tenha faltado justiça,
sobrou misericórdia.
Ainda que tenha sido pouca a leveza de coração,
sobrou paz.
Sou a única guardiã de um tesouro finito,
não tenho herança para deixar,
não das que se contam, se somam...e somem.
Nada como riqueza, além dos meus pensamentos, dos meus afetos, dos meus pequenos feitos.
Meu legado é coisa feita a cada dia,
sem acúmulos,
com parte na lógica do amor,
com outra no poder da razão.
Meu destino é sentir,
e quando eu for embora que nada vá comigo,
que eu não deixe de falar,
nem de ouvir,
nem de agradecer,
anda aqui, que eu possa reeditar o amor que não cabe só em mim.
Que nada fique comigo "pra" eu ir certa de ter cumprido a sina.
Assinar:
Postagens (Atom)