Da casa onde morei trouxe caixas e lembranças,
amarrei com as fitas a esperança e fingi como ninguém que não era dor ao fechar a porta.
Distante do que vivi, das coisas que aprendi, das paredes que construi contei meus passos pelo caminho.
Ficaram lá as marcas dos porta-retratos, dos móveis, das coisas familiares, do desgaste e do contraste.
Uma "desconstrução" dos desafetos.
Fiz as malas e as falas se calaram.
Vi distante as paredes que deixei.
Me deixaram.
Trouxe as caixas,
minhas coisas,
também voltei.
Agora estou em "reforma",
tenho novo endereço,
novo afeto,
novo teto.
Entre a face molhada e o desamarrar da esperança
faço nova construção,paredes para o meu coração.
Arrisco sorrisos e digo "não".
tenho limites,
tenho defeitos,
tenho refeito a passos lentos, outro trajeto.
As caixas serão abertas,
a vida será exposta,
dia-a-dia,
aos poucos,
sem pressa me tornarei "habitável".
* 1º lugar no XXIV Concurso Internacional Literário AG - junho de 2008 publicada na Antologia Poética "Casa lembrada, casa perdida"
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Contraponto
Ela simplesmente aparece.
Faz uma confusão da espera.
Quem governa quem?
Ela vem como se fosse bem-vinda,
fica.
Fico sem saber,
o que fazer e não fazer.
Fica em pensamentos repetitivos,
impondo a sua presença indócil,
encurtando o tempo que tenho.
E tudo vai ficando imperdoável.
Confronta tudo o que já consegui entender.
Me faz duvidar do que acredito.
Fico incerta.
Desmedida.
Insolúvel.
Nem feia, nem bonita.
Mistura todos os meus "não sei porquê",
e deixa a faxina para eu fazer.
Ela simplesmente desaparece.
Se vai,
mas não leva tudo.
Deixa a dúvida,
deixa as horas,
deixa tudo com cara de "impossível".
Fico imprópria.
Reduzida,
sem fé.
Parte de mim é grandeza a outra afronta.
Parte de mim é certeza a outra deveria ser.
Parte de mim é mansidão a outra angústia.
Parte de mim é silêncio a outra também.
Ela é assim, essa parte "invasiva" de mim.
Faz uma confusão da espera.
Quem governa quem?
Ela vem como se fosse bem-vinda,
fica.
Fico sem saber,
o que fazer e não fazer.
Fica em pensamentos repetitivos,
impondo a sua presença indócil,
encurtando o tempo que tenho.
E tudo vai ficando imperdoável.
Confronta tudo o que já consegui entender.
Me faz duvidar do que acredito.
Fico incerta.
Desmedida.
Insolúvel.
Nem feia, nem bonita.
Mistura todos os meus "não sei porquê",
e deixa a faxina para eu fazer.
Ela simplesmente desaparece.
Se vai,
mas não leva tudo.
Deixa a dúvida,
deixa as horas,
deixa tudo com cara de "impossível".
Fico imprópria.
Reduzida,
sem fé.
Parte de mim é grandeza a outra afronta.
Parte de mim é certeza a outra deveria ser.
Parte de mim é mansidão a outra angústia.
Parte de mim é silêncio a outra também.
Ela é assim, essa parte "invasiva" de mim.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Bandeira
Eu sei que empresto versos...que mal há?
Espero emprestar os meus, vai este de Manuel: "...mas um torpedo suicida, daria de bom grado a vida, na luta que não lutei"
Espero emprestar os meus, vai este de Manuel: "...mas um torpedo suicida, daria de bom grado a vida, na luta que não lutei"
quarta-feira, 11 de junho de 2008
12 de junho
Existe um dia para celebrar o "amor", justo, merecem!
Mas, fico aqui pensando... o que comemoram no dia-a-dia quando não é dia de nada?
Mas, fico aqui pensando... o que comemoram no dia-a-dia quando não é dia de nada?
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Cabe agora um esclarecimento.
Nem sempre tenho os versos comigo, se é que os tenho. Muitos chegaram na "pena" de outros poetas, justo, já que são livres e não se prendem ao estilo, nem a regras nem a vontade do poeta.
Confesso minha "inveja" ao ler versos que não são meus... mas também confesso, apludir muitos deles e admirar "as casas onde moram" (os autores).
Não faço tanto uso da licença poética, nem abuso do meu estilo, acho que não arrisco e sei-me linear e intimista. Nem mais nem menos. Sou comum...
Comum nas dores que tenho, nas minhas confusões, nas coisas que aprendo e em tudo que odeio e, juro que tento escrever agora sem que isto vire poema, só uma breve confissão.
Me admiro também, acho que escrevo bem e muitas vezes muito mal. Fico feliz em saber que um poema meu foi lido por aí. Fico triste quando ninguém fala nada, afinal minha intenção é deixar uma impressão.
Gostaria de saber fazer crônicas, escrever histórias, criar reinos e levantar bandeiras, como diz Adélia Prado, mas aceito o que tenho e tento a "expressão" e a "impressão"... dou meus recados, acho me basta esse prazer.
Por tudo isso, agora, "consigo estar contigo" *
* nome de um livro de poema de alguém
Nem sempre tenho os versos comigo, se é que os tenho. Muitos chegaram na "pena" de outros poetas, justo, já que são livres e não se prendem ao estilo, nem a regras nem a vontade do poeta.
Confesso minha "inveja" ao ler versos que não são meus... mas também confesso, apludir muitos deles e admirar "as casas onde moram" (os autores).
Não faço tanto uso da licença poética, nem abuso do meu estilo, acho que não arrisco e sei-me linear e intimista. Nem mais nem menos. Sou comum...
Comum nas dores que tenho, nas minhas confusões, nas coisas que aprendo e em tudo que odeio e, juro que tento escrever agora sem que isto vire poema, só uma breve confissão.
Me admiro também, acho que escrevo bem e muitas vezes muito mal. Fico feliz em saber que um poema meu foi lido por aí. Fico triste quando ninguém fala nada, afinal minha intenção é deixar uma impressão.
Gostaria de saber fazer crônicas, escrever histórias, criar reinos e levantar bandeiras, como diz Adélia Prado, mas aceito o que tenho e tento a "expressão" e a "impressão"... dou meus recados, acho me basta esse prazer.
Por tudo isso, agora, "consigo estar contigo" *
* nome de um livro de poema de alguém
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