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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Revisitados, alterados, relidos, reescritos...

Coreografia


Confesso, tentei.

Foi um erro pensar que seria fácil.

Nós desatados, nem sempre nos conserva inteiros.

Faltam pedaços e para ser de novo inteiros, fazemos remendos.

Nó outra vez feito. Confesso, errei.

Foi um teste, arriscar, domesticar o medo,

ensinar doçura, ir de alma sonâmbula,

acordar, sentindo falta de sonhos.

Confesso, sou repetitiva, sempre faço perguntas iguais,

meus porquês são obedientes, a dúvida cabe na minha retina.

Confesso não faço o bem que desejo, mas o mal faço.

E vou por desertos exagerados, me distraindo em visões,

tropeçando em meus cadarços, me refaço de quedas, dou novo passo.

Confesso, sou única, não abandono minha impotência,

e vivo, por vezes, de coisas mal ensaiadas.

Posso sorrir mas não garanto brandura.

Posso ter dias ruins, mas não vivo deles.

Confesso, tenho um dever, amar de forma justa,

mesmo que não faça sentido dividir o ar, com tudo que é imponderável.

Sempre abrigo vendavais em mim, sempre irei acolhe-los,

sou inconfessável por fim?

Confesso, vou vivendo, entre guerras e tréguas, perdoando, ofendendo.

Confesso, tentando acertar o passo para um dia acertar a dança!



Nascimento

Faz a colheita, em cestos de graça,

é minha vez.

Separa, o bom do ruim.

Ampara minhas partes vivas, enterra minhas raízes,

mostra que as cicatrizes, agora são só marcas.

Faz a colheita, em cestos de graça,

é minha vez.

Já passou a flor, já brotou a semente,

já carregou o céu, a chuva inundou.

Cestos de frutos, a céu aberto, colhidos em mim,

Já faz tanto tempo, colheitas passadas,

sem frutos, sem flor,

recém plantadas, sementes ceifadas,

nada brotou.

Terra sem chuva,

coração sem fé.

Encha-se os cestos de graça,

frutos que não cabem nas mãos,

encha-se os cestos de graça,

e planta outra vez, as sementes,

... em mim, que sou terra fecunda.

*Selecionados pelo Banco de Talentos - Febraban 2009

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