Então, é isso.
Já tenho por certo que não sou de garbo,
minha elegância trago por dentro.
E digo sim que me afeta o fato,
o desacato,
o desalento,
o desatento jeito de viver que tenho.
Desajeitado mesmo.
Não nego que me afeta o fardo,
de ser assim,
dolorida,
delicadamente em desuso.
Não brado palavra,
calo quase sempre,
ruborizo,
me escondo,
eternizo meu
casulo.
Me transformo em minguados movimentos,
há muitas borboletas já.
Tenho por certo, minha sina é está,
experimentar sufocos,
passar do tempo,
perder a hora,
não voar direito.
Não vou ter meu nome em dourado,
nem vociferar,
nem sequer falar mais alto.
Vou sempre descansar a cabeça na mão esquerda,
para ouvir alguém falar.
As soluções não virão de mim,
se me complico...
Não explico,
nem suplico,
nem fico mais inebriada com discursos.
Sei-me assim cansada um pouco dos humanos de sempre.
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Casa vazia
Faço visita pra mim.
Fico sempre assim sem jeito,
se sento ou não,
se fico.
Sou estranha em mim.
Faço visita pra mim.
Trago um regalo,
espero passar a vontade de chorar,
não lido bem com o que não entendo.
O que é rústico vai ficar assim, sem retoque.
Sem meu toque.
Encalhado nos cantos que tenho.
Chego sempre sem avisos,
não lido bem com improvisos,
tenho sonhos certos.
Sou dobrável se não percebo cabrestos,
não me deixo domar.
Dia sento, dia não.
Dia escrevo, dia não.
Dia desses, quem sabe faço uma pintura,
há espaço nos meus cantos vivos.
Sei que me visito,
deixo sempre a casa vazia,
não fico.
Perfeição é um adorno falso.
Estou de passagem ainda,
imaginando caminhos,
costurando destinos.
Tecendo tapetes que não evitam as quedas.
De coração acortinado.
De abraços ainda lacrados.
Sem muito enfeite.
De passos lentos,
sem muito tempo.
Talvez eu mude mesmo,
bata de vez a porta,
tranque tudo que é "insatisfeito".
Derrube paredes.
Já sei descontruir e construir de novo,
depois o vento leva a poeira...
Fico sempre assim sem jeito,
se sento ou não,
se fico.
Sou estranha em mim.
Faço visita pra mim.
Trago um regalo,
espero passar a vontade de chorar,
não lido bem com o que não entendo.
O que é rústico vai ficar assim, sem retoque.
Sem meu toque.
Encalhado nos cantos que tenho.
Chego sempre sem avisos,
não lido bem com improvisos,
tenho sonhos certos.
Sou dobrável se não percebo cabrestos,
não me deixo domar.
Dia sento, dia não.
Dia escrevo, dia não.
Dia desses, quem sabe faço uma pintura,
há espaço nos meus cantos vivos.
Sei que me visito,
deixo sempre a casa vazia,
não fico.
Perfeição é um adorno falso.
Estou de passagem ainda,
imaginando caminhos,
costurando destinos.
Tecendo tapetes que não evitam as quedas.
De coração acortinado.
De abraços ainda lacrados.
Sem muito enfeite.
De passos lentos,
sem muito tempo.
Talvez eu mude mesmo,
bata de vez a porta,
tranque tudo que é "insatisfeito".
Derrube paredes.
Já sei descontruir e construir de novo,
depois o vento leva a poeira...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Eu
É, o tempo, transforma a gente,
por fora revela-se nos olhos, nas mãos na cor do cabelo,
muda a cor da gente,
o tom da fala,
a leveza do corpo.
O tempo reforma a gente,
vai ver por isso escrevo,
nasci tímida, coisa que dissolvo em poemas.
Nasci pouco hábil para dança, sempre adolescente nisso,
mas há ritmo em meus dedos...
Nasci um tanto medrosa sendo eu,
mas quando sou as letras, enfeitiço as linhas,
o texto,
me refaço,
me retoco e levanto bandeiras.
Nasci para falar pouco, mas falo o nome dos que amo,
em algum lugar falam meu nome também.
O tempo me fez cair de amores pelo silêncio.
Se continuo, não é por teimosia não,
o tempo tira o fôlego da gente,
continuo, porque o que não sou me constrange.
O tempo não irá me trazer menos timidez, tão pouco os passos lestos da dança,
nem coragem também.
O tempo não irá me trazer o que não tenho, vai levar o que tenho.
Mas tenho a liberdade da escolha.
por fora revela-se nos olhos, nas mãos na cor do cabelo,
muda a cor da gente,
o tom da fala,
a leveza do corpo.
O tempo reforma a gente,
vai ver por isso escrevo,
nasci tímida, coisa que dissolvo em poemas.
Nasci pouco hábil para dança, sempre adolescente nisso,
mas há ritmo em meus dedos...
Nasci um tanto medrosa sendo eu,
mas quando sou as letras, enfeitiço as linhas,
o texto,
me refaço,
me retoco e levanto bandeiras.
Nasci para falar pouco, mas falo o nome dos que amo,
em algum lugar falam meu nome também.
O tempo me fez cair de amores pelo silêncio.
Se continuo, não é por teimosia não,
o tempo tira o fôlego da gente,
continuo, porque o que não sou me constrange.
O tempo não irá me trazer menos timidez, tão pouco os passos lestos da dança,
nem coragem também.
O tempo não irá me trazer o que não tenho, vai levar o que tenho.
Mas tenho a liberdade da escolha.
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