Quem sou eu

Minha foto
Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Desenho

No papel é mais fácil dizer o que penso, embora Quintana diga ser isso vaidade...
Esses poetas cintilantes não precisam mais cuidar de suas palavras estrelas.
" Vaidade escrever, se sei tudo o que vou dizer"...
Aqui as palavras ficam tatuadas é o que sei desenhar esses pequenos rascunhos de versos.
De novo vou emprestar o que li por acaso na mesa de jantar:
" Viver é desenhar sem borracha".
E devo concordar, pois não encontro mais a minha.

02 de novembro

Tenho conversas comigo daquelas longas e chatas...
Apontando os desafetos, as coisas que não faço, pensando nos meus trajetos.
Nos tais projetos,
Nos amigos que não visito,
No jeito esquisito de amar alguém.
Nas coisas todas que a vida têm.
O tempo provoca meu rosto intocável, novembro chegando tão rápido.
Não posso contra esse gigante, leva minhas flores e meu ar de menina.
Novembro parece tão grande.
E agora me sinto Clarice - " mal posso acreditar que tenho limites,
que sou recortada e definida...e quando me olho no espelho não me assuto porque
me acho feia ou bonita...mas por tanta coisa sempre silenciosa".

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Pueris

Passei de repente pelas palavras e nenhuma queria ficar.
Ainda que todas queiram brincar, nesta noite irão dormir mais cedo.
Palavras precisam crescer para se tornarem poemas felizes.
Precisam de paz para entender estrelas, feito Bilac.
Precisam de um poeta que as dicipline enquanto são apenas meninas...
Essas palavras cor-de-rosa ainda nem sabem direito quem amar.
Meio adolescentes,
Insolentes.
Desmedidas e atrevidas.
Precisam crescer para se tornarem poemas independentes.
Por enquanto irão acalmar-se sob olhos paternais de um poeta.
Irão acordar no horário para cumprir seu destino, o verso.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Controvérsia

Quero sentir o ar e fingir que posso voar
Lembrando dos versos de Fernando, que o poeta é um “fingidor”.
Lamenta-se da dor que não sente.
Se alegra de júbilos que não são seus.
Ama quem não conhece e pede que seus versos sejam eternos.
“O poeta é um fingidor”.
Será que fingi o poeta, ou cria sentimentos onde não existem?
Faz um coração condenado amar.
Faz rei de um pobre coitado.
Traz sorrisos a uma boca inerte e se diverte com o prazer de alguém.
Adoça uma palavra amarga.
Enfeita um discurso triste.
Enlaça corpos em abraços que vão até o sol nascer.
Faz versos moleques, cheios de jinga.
Faz versos misericordiosos para quem é culpado
Para os que chegam de repente versos de avisos.
Faz livros e livros para escolher que verso se quer ter.
Faz improvisos que viram versos.
Faz versos que se docoram.
Versos adolescentes eleitos nas agendas cor-de-rosa.
Versos velhos de tão conhecidos.
Faz versos bobos de apaixonados e versos sérios de morte também.
“O poeta é um fingidor”.
Que me perdoe esse Pessoa.
Mas quem finge é o leitor.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ouro

Um pouco de cada verso, um aqui, outro empresto.
Nem sempre chegam alegres.
Ora brigam comigo, ora se calam, se escondem.
Fazem do papel um campo minado.
Nunca sei de onde virão.
Calmos, nunca chegam.
Sempre apressados, ora atrasados.
Esse são versos " moleques" que conheço bem.
Tenho um pouco de cada verso para garantir o poema.
Versos "estrelas" para um poema noite.
Versos "parceiros" para um poema de solidão.
Versos "fecundos" para poemas enraizados.
Versos "certos" para poemas sobre o que não sei.
Misturo o que posso e encaro o desafio.
Como este que faço com versos "garimpeiros",
Abrindo buracos para achar as palavras.

Atraso

Um " não sei o que" dolorido passeia pelo meu corpo.
Pára um pouco como se quisesse descançar...
Me deixa como a paisagem de hoje, chovendo.
Nem posso dizer que é saudade,
Nem posso pedir sua volta,
Tâo pouco que melhore meu dia.
A causa é você, isso eu sei.
Sem graça e sem humor passam as cenas que vejo.
Que me console o desejo, esse ainda ''menino'.
Que conselhos você ouviu para me deixar chover?
Que palavras escolheu para não me dizer.
Silêncio sem cor.
Úmida e fria segue essa agulhada na " espinha". Certeira!
A causa é você, isso eu sei,
Mas nunca saberia se uma palavra sua tivesse chegado a tempo!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Acaso

Deixei um recado bem escrito num papel qualquer.
Dobrei e no envelope vermelho guardei o que sentia.
Uma forma de confessar segredos para ninguém.
Não foi enviado.
Guardei o envelope e o recado,
mais um para a gaveta poética, onde fica tudo que é medroso.
Papéis, fotografias, bilhetes...
Este não terá outro destino.
Tudo ali tem endereço, mas nenhuma coragem.
Quem sabe o acaso não há de abrir essa gaveta...

Elogio

Deu uma volta pelo meu corpo e me levou para o espelho.
Será que a palavra veio?
Ouvi como um som adocicado cada letra que foi dita.
Juntou as mãos ao meu lado e com um sorriso me fez sorrir também.
Fez um elogio simples desses de encontros no corredor...
Mas sou capaz de ouví-lo ainda, como se falasse agora.
"Linda! "
Para quem não se vê assim, é quase como um presente.
É uma palavra contente,
dedicada, só minha e mais nada.