Quem sou eu

Minha foto
Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Saudade

O vento bate no rosto e de repente dá uma saudade de tanta coisa.
Saudade é um "num sei que" que chega lenta e segura, quando vê já está ali, revolvendo a terra das lembranças...
Um pensamento alegre desses de infância, algo que eleva os olhos e surge cheio de verdades.
As viagens para a casa dos primos.
Os Natais coloridos e fartos de abraços e orações, que aconteciam no barracão.
As pracinhas de Tatuí em pleno calor de janeiro.
As piscinas e a jaboticabeira, carregada, que morava no quintal da minha tia. (hoje em dia, não estão mais ali, mas o cheiro ficou no ar...)
As roupas coloridas de menina, os enfeites de cabelo, os desenhos, os sorvetes...tudo tínhamos igual, só nunca fomos iguais. Muitas mulheres na família, muitas vozes agudas pelos corredores e quartos, e sempre uma música para cantar.
Café da tarde, bolo e preguiça.
Doces e visitas nas casas de todos. Brigas? também...disputa para saber com quem ficaria a prima de São Paulo.
O ar era excessivamente sincero naquela época parecia que não sofríamos, que não havia lágrima em nós, éramos sorrisos e imaginação.
Era bom viver, muito bom.
O céu era sempre azul e Deus fazia do dia o mais bonito para nós brincarmos e sonhávamos com a realidade, como se ela fosse um sonho. Descobríamos coisas e gardávamos segredos. Havia doçura e braços livres e um coração cheio de eternidade.
Todas as ruas da cidade eram bonitas e calmas, todos se conheciam e riam sob o sol do dia, pareciam libertos pelo amor e aceitavam os que vinham pelo caminho.
O grande pinheiro da praça parecia maior do que os prédios da Avenida Paulista, era alto e simpático. No Natal nada era mais bonito do que as suas "roupas" de dezembro, brilhantes, tanto que faziam disparar qualquer coraçãozinho de 8 anos.
Carregava nos braços um nenino de roupa prateada, que nunca entendi porque, vivia em uma caixa de madeira com portinha de vidro... "Menino Jesus" dizia a voz enrrugada da minha avó.
Tudo era alto e incrível.
Saudade dos maracujás doces que, não sei, ou me encantavam as flores ou por vê-los pendurados, aos montes, no quintal da minha prima.
Éramos cheios de pressa para nos ver, meninos e meninas e a distância valia, pois a festa do encontro nos fazia seres amados.
Sinceramente, vivíamos e sabíamos que éramos abençoados, quando a noite nos adormecia tarde, já exaustos de tanto pensar nas coisas que queríamos para o dia seguinte.
O dia seguinte era sempre glorioso e misturado às nossas meninices, víamos o horizonte dos campos e plantações de uma cidade do interior e sabíamos, que éramos como as árvóres, os pássaros e todas as coisas que nasciam ali. Sabíamos que chegaria o momento de crescer, mas sempre deixávamos isso para depois, pois sentir saudade é para quem, agora, adormece e revivive, nos sonhos, a realidade dos dias quentes de janeiro com a família.

Um comentário:

  1. snif....

    hj nem natal quase tem mais...

    e os nossos filhos crescem sem isso.

    saudade mesmo.

    te amo irmã!

    Debis

    ResponderExcluir