Passei o dia recolhendo ventos,
dissecando a alma,
separando aqui e ali pequenas coragens,
algumas foram com o vento forte,
umas se apegaram e ficaram,
mas esta, que garimpo há tempos, vou lapidar, mesmo noviça nessa arte.
Vento me trouxe palavra que eu precisava,
outras para me espreitar,
essas deixei com o vento, os tanto que recolhi...
De todos, bons ventos ficaram,
a eles guardei minhas asas,
também deixei palavras,
que o vento as espalhe por aí, agora não é mais comigo!
Desfiei um novelo,
me fascino com os fios...
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
domingo, 29 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Gavetas
Minha vontade de vida vem em cascata, mas ainda me sei presa em engrenagens outras. Que falta me faz saber abstrair, deixar o concreto, a razão e me dar ao sonho. Coloquei cimento demais nesta construção, tudo que ouço ou vejo, cai numa lenta mastigação, não me deixo vazar. Fico com o rigor das coisas, pouco perdão me concedo. Sou assim, eu sou! Mas pela grande vontade escrevo, querendo muito me render a mim.
Vai ver por isso abro as gavetas que me guardei, tem muito nelas, e sem pretensão, é bonito.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
"E seguro durmo sem preocupação"
(Para Ana Carolina a quem amo sem saber explicar ...)
Dei pra olhar de longe parada na porta do quarto,
dormindo ela feita de sonhos,
acordada também.
Dei de espiar a menina,
que para tantas coisas cresceu ainda tão pequenina.
Ela dá vida a bonecas,
desenha virtudes,
e já secou minhas lágrimas.
Dei de guardar segredos,
andar de olhos fechados em casa guiada pela surpresa.
Não sou de aguentar saudades,
por isso,
por vezes a noite,
fico na porta do quarto só para reparar mais um pouco,
brota sorriso,
bate gratidão no peito,
uma oração aninha minha alma.
Por causa dela, vou acordar mais valente!
E todas as noite cantamos na hora de dormir...
Quebradiço
Não falamos há tempos,
não faltam palavras,
elas sobram até,
mas pouco ouço, confesso.
Jeito um pouco alado,
de quem se dá asas na esperança de céu.
Jeito um pouco navegante,
de quem vai por qualquer vento,
junto as mãos,
dobro joelhos,
fecho os olhos,
mas meu coração sem colo, não se curva.
Não falta abraço, pouco me dou a eles.
Fico sem jeito de pedir atenção,
me ocupo tanto de mim, que vou perdendo a verdade eterna.
Não falamos há tempos,
mas se pode ler este verso,
há de ouvir meu grito,
se quiser,
quem sabe dele fazer canto,
que eu tenha um riso,
e o Teu perdão...
não faltam palavras,
elas sobram até,
mas pouco ouço, confesso.
Jeito um pouco alado,
de quem se dá asas na esperança de céu.
Jeito um pouco navegante,
de quem vai por qualquer vento,
junto as mãos,
dobro joelhos,
fecho os olhos,
mas meu coração sem colo, não se curva.
Não falta abraço, pouco me dou a eles.
Fico sem jeito de pedir atenção,
me ocupo tanto de mim, que vou perdendo a verdade eterna.
Não falamos há tempos,
mas se pode ler este verso,
há de ouvir meu grito,
se quiser,
quem sabe dele fazer canto,
que eu tenha um riso,
e o Teu perdão...
sábado, 14 de maio de 2011
Mal gosto
Vai reparar no silêncio,
em mim virou virtude,
meu jeito calado e brando,
em você virou espanto.
Seu farfalhar imenso que me desmonta aos poucos
em você virou defeito,
há de clarear algo por dentro,
para que haja luz,
e quem sabe, a tempo,
se salve de si mesmo.
em mim virou virtude,
meu jeito calado e brando,
em você virou espanto.
Seu farfalhar imenso que me desmonta aos poucos
em você virou defeito,
há de clarear algo por dentro,
para que haja luz,
e quem sabe, a tempo,
se salve de si mesmo.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Soltou um ponto
Faço planos pra me esquecer,
a palavra pode me aquecer,
nunca sei se vai acontecer.
Falo sem ninguém saber,
é que eu brigo, depois me abrigo,
tudo é comigo.
Tá costurado eu rasgo,
tá endereçado eu perco,
tá engraçado eu choro,
tá "engasgado", lamento.
Falo sem perceber,
se não entendo, quem vai entender?
Tá cansando envelhecer,
tá passando,
tá ventando,
tá chegando gente no meu cercado,
acho que não vai caber,
tanta invenção,
num coração que tenta sobreviver,
vai ver sou eu, vai meu recado.
Tá sobrando calma e faltando alma,
tá rasgando aqui dentro...
a palavra pode me aquecer,
nunca sei se vai acontecer.
Falo sem ninguém saber,
é que eu brigo, depois me abrigo,
tudo é comigo.
Tá costurado eu rasgo,
tá endereçado eu perco,
tá engraçado eu choro,
tá "engasgado", lamento.
Falo sem perceber,
se não entendo, quem vai entender?
Tá cansando envelhecer,
tá passando,
tá ventando,
tá chegando gente no meu cercado,
acho que não vai caber,
tanta invenção,
num coração que tenta sobreviver,
vai ver sou eu, vai meu recado.
Tá sobrando calma e faltando alma,
tá rasgando aqui dentro...
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