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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

domingo, 3 de março de 2013

A vida

Não vejo a vida sem decepções, mas também não vejo sem as paixões.
Nem vejo a vida sem as tentativas, sem trivialidades e sem complicações.
Tudo se complica vez por outra, tanto e muito que o coração enfraquece.
Não vejo a vida sem o pensamento, o lógico, o atordoado, o platônico, o insistente.
Pensar, como bem dito por um certo Fernando, que era Alberto ( não vejo a vida sem ele também) "pensar é estar doente dos olhos" e precisamos entrar em acordo, sempre.
Não vejo a vida sem a reflexão daquilo que poderia ter sido mas nunca foi e como seria se... a vida sem a condicional seria estanque e sem esperança.
Não vejo a vida sem café, líquido dos sábios, poetas, fumantes, sonolentos e batedores de papo.
Líquido além do aroma e sabor, cada gole junta a gente.
Não vejo a vida sem um dilema, nem sem uma causa mesmo que silenciosa e sozinha.
Qualquer caminho não serve não, mas no momento da insensatez qualquer caminho serve sim e nessa hora o vento leva a gente.
Não vejo a vida sem amigos e inimigos são da mesma matérias só com doses diferentes de amor e piedade.
Não vejo a vida sem sons e cores nem sem sabores, sem experimentar um pouco de tudo na arte de se manter lúcido.
Não vejo a vida sem ser metade, sem procurar a outra e por vezes mais de uma vez, posto que nada é definitivo a não ser a vontade imensa de continuar inteiro.
Não vejo a vida sem pequenas sandices, sem manias nem esquisitices, todos somos um pouco estranhos para os outros e os outros para nós, tem por quem nos apaixonamos sem eira nem beira, tem por quem não sentimos nada, e a indiferença queima mais do que o fogo, consome e mata.
Não vejo a vida sem trabalho, nem sem o trabalho que dá tudo isso,
sem as comparações e nem sem as superações que ora são nossas ancoras e ora nossas correntes,
mas que nos deixam atentos quanto à necessidade de respirar.
Não vejo a vida sem uma taça de vinho, tal como o café, só que com mais requinte porque anestesia e perfuma e arrepia a pele.
Não vejo a vida sem livros, nem sem caneta e papel, a vida sem bilhetes não diz tudo.
Não vejo a vida sem  a tecnologia com fios e nem sem fios, no meio desses nós a geografia se dissolve e tal qual o café e o vinho, congrega à todos.
Não vejo a vida sem a dor, sem as idas, sem casas vazias e sem o fim das coisas, ela sendo cíclica  recomeça e o que doeu alivia, o que se foi abriu caminhos e nos tornamos habitáveis, porque tudo em todo o tempo recomeça, se refaz se constrói.
Não vejo a vida sem Deus, mas esse livre que transita da mente para o coração e faz a gente seguir de alma lavada...
Não vejo a vida sem mim, já que existo, e já que existo é certo que não foi por acaso, alguém há de cuidar de mim e eu de alguém, fazendo história.

E a vida até aqui, até onde sei e sinto tudo valeu!





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