São os enormes que me invadem.
Milhares, muitos.
Ter pés descalços é um tranquilizante.
Escrever enquanto espero é angustiante.
Pois espero mais do que escrevo.
Escrevo o que não sou,
e dizem que sou um fingidor.
Estou esperando por isso.
Pelo dínamo da palavra pois me faço floricultor.
E dou cor ao que era só branco.
Derramo água no desencanto, se sede há encanto outra vez,
se seca, a terra se faz estéril.
Se nada nasce desta espera, inútil seria esperar.
Meus pequenos sentimentos habitam um mundo sem alarde,
não tenho muitas histórias para contar,
só conheço pessoas comuns,
e tenho vontades impossíveis.
Concluo coisas elementares,
sei o que todos sabem,
que a vida é breve e frágil.
Os grandes sentimentos que tenho estão em moldes sem perdão,
neles me falta tempo,
me falta afeto,
me falta vontade.
Neles a brevidade se faz em onipotência,
são enganos,
são filosofias, teorias,
são conceitos.
Não há lugar para saberes comuns
pessoas comuns,
vontades comuns.
Ninguém sabe o que sei, que a vida é um caminho de pólvora,
de olhar que tece o afastamento,
a solidão,
o isolamento.
Pois fico com os pequenos sentimentos, que cabem em moldes de barro,
são quebrados,
refeitos,
reeditados.
Pois há um Oleiro.
Os pequenos sentimentos me salvam de um mundo de vaidades,
Os grandes sentimentos me condenam a maldade.
Mais uma vez sei que tudo o que eu sinto emanam das fontes do meu coração enganoso.
sou feito de grandes e pequenos deles. (sentimentos)
E quando penso na cruz, sempre me assusto, pois não entendo o espinho.
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