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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Meu coração de menina,
traz outra menina nele.
É tão estanque,
que canto a canção do amor.
Somos duas meninas,
aprendendo a entender as lágrimas,
aproveitando sorrisos e remindo o tempo.
É tão distante crescer.
É tão constante viver,
e ser um braço que sustenta quartos, abraços, roupas no varal,
vez por outra,
fogão, chão e vassoura.
e ser o outro braço que ensina,
disciplina,
afaga e carrega um universo "menina".
E ser a mão que em concha aquece um copo de leite frio,
e ser isso e aquilo também.
É tão real,
chorar,
perder,
ganhar,
se acostumar com o jeito da vida.
Meu coração de menina, traz outra menina nele.
Estanque.
Distante.
Constante.
Real,
e por ser real,
bate tão forte.
São corações batizados: coração-mãe e coração-filha!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sobre homens e pássaros

Passarinhos,
alguns sem ninhos,
plenos de céu,
como se fosse o último revoar.
No ar,
seguem sem saber
que são criaturas sábias.
Nascem e voam.
Sabem de algum jeito que
cuida deles o Criador.
Homens,
muitos sozinhos,
plenos de si,
com medo do céu.
Sem ar,
certos de que são sábios.
Nascem em gaiolas,
ouvem falar do Criador.
O céu é de ambos,
passarinhos e homens.
Os dois criaturas,
na construção do tempo,
em nenhum momento,
houve menos amor.
O criador modelou,
com mãos talentosas,
o barro juntou.
Soprou,
e do pó da terra,
o homem levantou,
e somos primeiros.
Primícia.
Princípio.
Em nenhum momento,
houve menos amor,
homens que olham os pássaros,
são os que, na construção do tempo,
aprenderam com eles.
Menos ansiosos,
menos medrosos,
mais seguros.
Sentem o vento,
entendem a direção,
arriscam um voo,
estendem a mão.
Homens que dividem o mundo com pássaros,
são os que trazem,
a eternidade no coração.
São filhos,
meninos na intenção,
doçura em tempos maus.
Homens que se sentem pássaros,
não são os que pensam ser livres,
são os de coração cativo.
Voam,
e voltam sempre para o SEU dono.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Sou de avessos,

no lado de dentro, devo ter bom acabamento.

Que me desbote por fora,

que falte cor,

mas devo ter nós bem atados,

todos os pontos costurados,

muito embora me retoque todo tempo,

alguns ventos sacudiram minha estampa.

Pouca água, pouco sol, pouco uso, intocável.

Tenho espelhos,

tenho sempre o que dizer.

Sei me ver.

Aprendi a dar nós.

Se me falta a palavra, ainda assim algo fala em minhas tramas.

Falo pelos poros,

pelos olhos,

pelo jeito de tecer-me diariamente.

Pelo avesso.

Ponto a ponto,

fiz-me de retalhos,

me desfiz,

fiz-me de pedaços,

me desfiz,

fiz-me em várias cores, preto e branco, me desfiz.

Me desfaço.

Descobri que não importa muito o lado que todo mundo vê,

cor,

tom,

recortes,

arremates e enfeites.

A beleza está em,

nós atados,

alinhavados,

bem acabados,

todos os pontos costurados.

Viver é ser como uma peça de tapeçaria,

é olhar-se do lado certo.

* Obra publicada na Antologia Poética - Palavras Veladas - Editora Andross - 2009

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

... para quem ainda não sabe muito bem o que é o Natal, a melhor coisa a fazer é perguntar para o aniversariante!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Caro leitor...

Há quem diga que meus versos são tristes, angustiados, tiram do leitor a sensação de sofrimento, de solidão de afastamento... e quiça, algumas lágrimas!
Fruto do seu coração, caro leitor!
Nada mais faço do que ajudar a revelar emoções, sou um holofote sobre as palavras que ajunto.
Sou poetisa de gavetas, intimista, não nego que escrevo o que sinto e revelo uma parte de mim, e a outra parte também.
Há quem diga que são bonitos os versos, sensíveis, despertam a Lira de Orfeu!
Fruto do seu coração, caro leitor!
Nada mais faço do que examinar-me para escrever, mas as sensações são de quem lê.
Há quem diga que devo ser menos anônima, mas todos temos as nossas gavetas, nossos segredos, e coisas impublicáveis, e confesso, há versos que nunca serão lidos.
Quem sabe serão versos póstumos...se alguém abrir a gaveta em que estão, quando eu não estiver mais aqui.
Devo dizer, tenho cumprido minha missão. Desnudar o leitor, na verdade o seu coração...
Embora reconheça tudo o que dói em mim, continuo me curando.
Embora reconheça que não há amor ideal, continuo nesse esforço de não colecionar desafetos.
Embora reconheça o que é mal, continuo animada em entender e fazer o bem.
Embora reconheça que há limites, não paro achando que é o final.
Escrevo.
Faço poemas.
Parte de mim deseja, profundamente, partilhar um universo que guardo comigo, e a outra parte também!
Caro leitor, que sejam meus versos uma descoberta de caminhos em seu interior... uma forma de, na quietude da leitura, reavivar sua alma...

3h00

Começo a entender o silêncio,
não vem o sono e na ausência dos
sons familiares, só os ruidos da memória.
Deve ser necessário esse despertar superlativo.
Atrever-me a estar comigo,
e em vez de sonhar,
conviver com a realidade desnuda, acordada!
Que fosse desobrigação dormir,
fechar os olhos,
mercadejar a vontade,
encontrar verdades,
me vejo tingida da sensação solitária do silêncio.
Sou candidata a ganhar essa madrugada inteira,
pensando que sou uma colisão entre meus sims e nãos,
sempre antecipada ou atrasada, nada exata em nada.
Silêncio incômodo,
Acho que vou cantar para nascer o sol...
ele virá de qualquer forma, cantando ou não.
Acho que vou escrever para amanhecer,
ela chegará de qualquer forma, fazendo brilhar ainda, a última estrela.
Acho que vou contar as batidas do meu coração,
ele continuará seu compasso...
Começo a me confundir no silêncio,
sons diferentes, memória calada,
deve ser necessário esse estado ancorado, cativo.
Presa ao relógio de pulso,
que grita comigo...02h49.
Vai dormir criatura!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pausa necessária

Se eu me calasse,
faria reverência a sobriedade,
teria mais serenidade,
e a direção exata para a descoberta de todos os "ocos" que arquitetei.

Se eu me calasse faria uma despedida das sombras,
aceitaria a luz sem tentar explicá-la,
teria um encontro comigo,
desses que encara um coração ingrato,
dizendo, às claras, quem sou.

Se eu me calasse,
saberia a beleza das horas solitárias,
a "meninice" de um beijo no rosto,
e o profundo bem-vindo do toque de alguém,
sem tentar me proteger.

Se eu me calasse saberia fazer música,
com letras sossegadas,
e melodias de alívio.

Se eu me calasse identificaria o sagrado,
jamais revelaria um segredo,
teria gestos mais "azeitados",
saberia mais sobre o valor do outro.

Se eu me calasse,
não desejaria tanto ser vista,
seria livre de ansiedades e saberia
viver um dia de cada vez.

Se eu me calasse,
saberia mais sobre o amor,
sobre ser mortal,
sobre o tom certo de uma conversa.

Se eu me calasse entenderia o divino.

Se eu me calasse,
teria mais amigos,
mais idéias,
mais tempo.

Se eu me calasse iria saborear o doce que há em tudo, quando começa...

Mas...continuo falando.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Superfície

...nas mesmices do dia,
estancando as hemorragias sentimentais,
as avalanches das fragilidades,
disfarço a imagem de olhos que não dormiram.

Enfraqueço a solidão,
pedindo notícias,
misturando o medo da vida com alguma coisa doce.

Fico vendo horizontes,
vendo quem passa,
reparando na cores,
repassando a sensação feliz do vento quente no rosto,
do coração lavado,
rememorado.

Do que é simples,
gosto de uma bala,
do café,
de um bate-papo alinhavado.
De rir do que é engraçado,
de desejar uma casa grande,
uma sala grande,
uma alma grande.

Jardins e raízes.
Céu e teto.
e muitos registros do tempo que virá.

Fico "resonhando"...

Mas volto as mesmices do dia,
e preciso, chegar logo até a superfície, para respirar um pouco, mantendo fértil meu coração!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Um dia cansado

Não sai agora, ainda não calei a mente,
e você sente o movimento do destino.
Te ensino o que meu coração sabe,
abre os braços,
abre os olhos,
crie asas ,
vai pra casa.
Não sai agora que atravessou meu caminho,
que me fez comemorar a paz,
ainda não calei a mente,
vai pra casa, e sente.
Lá tem ar,
lugar para o amor,
onde a vida se refaz,
esquece que conhece a dor.
Vai pra casa e me espera chegar,
se na guerra ou na paz de um dia cansado,
não sai agora, vai pra casa...