Os desusos deste tempo, não reúnem mais os justos,
esses, de esperança e boa fé.
Os fiapos de humanidade, vão-se entre os dedos,
as mãos não seguram mais outra mão,
nem os olhos se banham por nada,
e piedade é, quem sabe, só uma "ressaca de outra festa"...
Vemos um "bando de condenados" sobrevivendo aos dias maus,
tratando suas feriadas,
"enterrando suas perdas",
seguindo pelo caminho...
Carecemos de uma vida possível,
um tanto de fé.
Nos devem, mas também devemos, e não fomos criados para sucumbir.
A força é pouca, sabemos,
mas ser manso,
pacificador,
justo,
perdoador,
pode não ser "luz" para os cegos,
mas há de construir um legado, uma história.
O dias são maus, mas acredito em futuro,
em renovo,
quisera trazer de volta todos os que foram ceifados cedo demais desta existência, mas é
alquimia que não existe.
Que o mal deste século, não nos empeça de secar nossas lágrimas,
que o nó na garganta seja desfeito,
que nos volte a voz,
que tenhamos piedade de nós,
dos outros.
Há vida e, se pulsam as veias do pescoço no alvoroço dos dias,
há de pulsar nosso coração por aquilo que ninguém mais acredita...
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Compasso
Na aridez do caminho,
paisagem seca,
gente avessa,
falta de passo.
Na vastidão da alma,
coração e cabeça,
em desencanto,
provisoriamente abatidos.
Na incerteza da vida,
vou tragando a memória das coisas,
quem sabe lembrar me fertiliza,
faz aragem,
me encanta outra vez.
Não sei.
e, não sei é só a certeza que tenho.
Não sei, nasci para a poesia, e minha sina
é rabiscar papel,
coisa que faço sempre,
agora também.
Na aridez, na vastidão, na incerteza,
até palavra me falta,
por isso escrevo,
para tomar as rédeas,
porque no meio das palavras me perco,
mas também é no meio delas que eu me acho.
paisagem seca,
gente avessa,
falta de passo.
Na vastidão da alma,
coração e cabeça,
em desencanto,
provisoriamente abatidos.
Na incerteza da vida,
vou tragando a memória das coisas,
quem sabe lembrar me fertiliza,
faz aragem,
me encanta outra vez.
Não sei.
e, não sei é só a certeza que tenho.
Não sei, nasci para a poesia, e minha sina
é rabiscar papel,
coisa que faço sempre,
agora também.
Na aridez, na vastidão, na incerteza,
até palavra me falta,
por isso escrevo,
para tomar as rédeas,
porque no meio das palavras me perco,
mas também é no meio delas que eu me acho.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
41 fios e as mãos do TAPECEIRO
Não saberia agradecer de outro jeito,
atrevimento afoito desfeito, diluído no dia.
Meu coração espaçoso, alongou-se mais
e me senti como nunca, mas mãos do TAPECEIRO.
Juntando fios, dando nós, retorcendo,
repuxando,
refazendo SUA obra.
Única.
Teceu SUA graça,
e me deu mais um fio,
mas um pouco de SUA criação.
Soprando a poeira,
de sorriso suave,
estendo o tapete e vejo o traço,
a impressão,
a forma,
tudo ELE deixa formoso no SEU devido tempo.
Obrigada por continuar encontrando fios em mim!
( a quem mais devo a vida e todos os dias que nela estão contados? a "Deus que me viu a substância ainda informe e no SEU livro foram escritos todos os meus dias, quando nenhum havia ainda"...)
atrevimento afoito desfeito, diluído no dia.
Meu coração espaçoso, alongou-se mais
e me senti como nunca, mas mãos do TAPECEIRO.
Juntando fios, dando nós, retorcendo,
repuxando,
refazendo SUA obra.
Única.
Teceu SUA graça,
e me deu mais um fio,
mas um pouco de SUA criação.
Soprando a poeira,
de sorriso suave,
estendo o tapete e vejo o traço,
a impressão,
a forma,
tudo ELE deixa formoso no SEU devido tempo.
Obrigada por continuar encontrando fios em mim!
( a quem mais devo a vida e todos os dias que nela estão contados? a "Deus que me viu a substância ainda informe e no SEU livro foram escritos todos os meus dias, quando nenhum havia ainda"...)
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Espelho
Na altura dos anos a gente se dá conta que transpira urgências.
E vai se enternecendo de si mesmo.
Não se tem mais necessidade de ser aprovado por ninguém,
passa a querer aprovar-se.
Se dá conta, as lutas são internas, são entre deixar-se cativar pela simplicidade,
ou continuar mantendo a marra de ser e ter.
Vai vendo que o que vale mesmo são as pequenas conquistas,
as pequenas alegrias,
as pequenas gentilezas,
vai tomando senso de quão pequeno é.
Contabiliza mais o que não fez do que o que já fez.
E passa a ter um temor silencioso de que pode não dar tempo da pele arrepiar com mais nada.
Respira-se urgências.
E aguçamos os sentidos e a boca sai salivando,
por mais um dia,
mais um amigo,
mais um livro,
mais um abraço,
mais momento de afetos destravados.
E nos tornamos insones,
aforuxamos os olhos,
trememos mais o queixo, porque já sofremos tantos desertos.
Há quem diga que enfraquecemos.
Desaceleramos para poupar o coração,
e faz-se um clarão onde antes era uma imensidão de culpas.
Mas mesmo com tantas urgências ainda é um embaraço encarar-se a si mesmo.
E vai se enternecendo de si mesmo.
Não se tem mais necessidade de ser aprovado por ninguém,
passa a querer aprovar-se.
Se dá conta, as lutas são internas, são entre deixar-se cativar pela simplicidade,
ou continuar mantendo a marra de ser e ter.
Vai vendo que o que vale mesmo são as pequenas conquistas,
as pequenas alegrias,
as pequenas gentilezas,
vai tomando senso de quão pequeno é.
Contabiliza mais o que não fez do que o que já fez.
E passa a ter um temor silencioso de que pode não dar tempo da pele arrepiar com mais nada.
Respira-se urgências.
E aguçamos os sentidos e a boca sai salivando,
por mais um dia,
mais um amigo,
mais um livro,
mais um abraço,
mais momento de afetos destravados.
E nos tornamos insones,
aforuxamos os olhos,
trememos mais o queixo, porque já sofremos tantos desertos.
Há quem diga que enfraquecemos.
Desaceleramos para poupar o coração,
e faz-se um clarão onde antes era uma imensidão de culpas.
Mas mesmo com tantas urgências ainda é um embaraço encarar-se a si mesmo.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
De coração, espero plantar neste chão.
Desgosto,
Desgaste, desfaço a carranca,
desisto de ser bem mais do que posso.
Há tanto que espero, que quero, que sei,
nem mais e nem menos, do que ninguém.
Me falta fôlego para correr e quando assim, padeço de mim.
De coração, espero ser neste tempo,
o gosto,
o acerto,
a doçura,
a medida.
Careço de bondade,
e de perdão.
E minha alma se curva diminuida,
sob a luz.
Sob a TUA luz.
Desgosto,
Desgaste, desfaço a carranca,
desisto de ser bem mais do que posso.
Há tanto que espero, que quero, que sei,
nem mais e nem menos, do que ninguém.
Me falta fôlego para correr e quando assim, padeço de mim.
De coração, espero ser neste tempo,
o gosto,
o acerto,
a doçura,
a medida.
Careço de bondade,
e de perdão.
E minha alma se curva diminuida,
sob a luz.
Sob a TUA luz.
domingo, 5 de agosto de 2012
Trivialidades
Agradecer ao amigo pela ajuda bem-vinda,
é mais do que ajudar e como devolver esperança a quem tem vivido sem fé.
Oferecer um café, é mais do que isso, é puxar a cadeira e repartir a vida,
esse é o açucar.
Amar aos seus como são é missão.
E para viver bem, tenha memória fraca, esqueça!
Da palavra enviesada,
da última briga,
do que não deu certo.
Remir o tempo é um bem que se faz a si mesmo.
é mais do que ajudar e como devolver esperança a quem tem vivido sem fé.
Oferecer um café, é mais do que isso, é puxar a cadeira e repartir a vida,
esse é o açucar.
Amar aos seus como são é missão.
E para viver bem, tenha memória fraca, esqueça!
Da palavra enviesada,
da última briga,
do que não deu certo.
Remir o tempo é um bem que se faz a si mesmo.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Entre nós
Entre nós não basta a palavra, há de se ter coração, ouvidos e tempo.
Ombro também, para ser repouso,
e braços também, para enlaçar,
e mãos também para ajudar,
e pés, para caminhar junto.
A palavra sozinha é somente um encanto, se boa
se pronta,
se calma.
Se não, é afronta e faca.
Para nós não basta olhar,
tem que ter compaixão,
deixar a lágrima inundar,
fazer limpeza por dentro,
choro não é fraqueza, é antes de tudo alívio.
Para nós não basta cumprir a sina,
o destino,
o trajeto,
tem que semear por onde passa,
manter os cestos cheios,
ser uma medida de sal,
um tanto de luz,
e ser saudade de alguém.
Que seja assim, porque ora será o outro,
ora seremos nós a precisar de salvação.
Ombro também, para ser repouso,
e braços também, para enlaçar,
e mãos também para ajudar,
e pés, para caminhar junto.
A palavra sozinha é somente um encanto, se boa
se pronta,
se calma.
Se não, é afronta e faca.
Para nós não basta olhar,
tem que ter compaixão,
deixar a lágrima inundar,
fazer limpeza por dentro,
choro não é fraqueza, é antes de tudo alívio.
Para nós não basta cumprir a sina,
o destino,
o trajeto,
tem que semear por onde passa,
manter os cestos cheios,
ser uma medida de sal,
um tanto de luz,
e ser saudade de alguém.
Que seja assim, porque ora será o outro,
ora seremos nós a precisar de salvação.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Uma oração faz a gente juntar-se por dentro,
faz o coração bater mais forte e mais vigilante,
faz desatar o nó e,
sem dó,
mata a raiz do mal.
A gente passa a ser sal,
a gente empresta o ombro,
insiste com a vida,
não emudece mais.
Uma oração alinhava a alma,
não deixa prematuro o coração.
Faz feliz o entristecido,
traz meiguice ao embrutecido,
não deixa azedar nada por dentro.
Uma oração faz Deus conversar,
espalhar verdade,
e a gente ouve,
e vai cimentando as brechas...
faz o coração bater mais forte e mais vigilante,
faz desatar o nó e,
sem dó,
mata a raiz do mal.
A gente passa a ser sal,
a gente empresta o ombro,
insiste com a vida,
não emudece mais.
Uma oração alinhava a alma,
não deixa prematuro o coração.
Faz feliz o entristecido,
traz meiguice ao embrutecido,
não deixa azedar nada por dentro.
Uma oração faz Deus conversar,
espalhar verdade,
e a gente ouve,
e vai cimentando as brechas...
domingo, 8 de julho de 2012
Levantando tapetes
Vale lembrar que somos repetição,
do que sabemos,
do que vivemos,
das coisas cicatrizadas.
Há de se cuidar do alimento que tomamos,
se de nossa natureza avessa ou da graça dispersa, pois repetimos...
Há de se pensar não no que tanto juntamos, mas no que vertemos.
Somos mais eco do que novidade,
pois repetimos rituais,
palavras,
sentidos e sempre será escolha viver de antônimos ou ser testemunha de si mesmo.
Repetir não é condenar-se no engano,
vale lembrar que não vamos dar conta de tudo.
Há quem diga que faço declaração do óbvio, que seja!
Hei de repetir que apenas certifico-me da reflexão, do exercício do pensamento, do tom provocativo,
porque no fim somos o que oscila entre o bem e o mal.
E para não viver em vão, vale sacudir os tapetes,
varrer a poeira,
arrumar a vida...
do que sabemos,
do que vivemos,
das coisas cicatrizadas.
Há de se cuidar do alimento que tomamos,
se de nossa natureza avessa ou da graça dispersa, pois repetimos...
Há de se pensar não no que tanto juntamos, mas no que vertemos.
Somos mais eco do que novidade,
pois repetimos rituais,
palavras,
sentidos e sempre será escolha viver de antônimos ou ser testemunha de si mesmo.
Repetir não é condenar-se no engano,
vale lembrar que não vamos dar conta de tudo.
Há quem diga que faço declaração do óbvio, que seja!
Hei de repetir que apenas certifico-me da reflexão, do exercício do pensamento, do tom provocativo,
porque no fim somos o que oscila entre o bem e o mal.
E para não viver em vão, vale sacudir os tapetes,
varrer a poeira,
arrumar a vida...
sábado, 7 de julho de 2012
A quatro mãos
É de manhã...
se assenhora da luz,
dobra o joelho em prece, agradece e segue.
Segue com fé, que a vida vai reunir os iguais, os comnuns de alma,
deixa as perguntas que fertilizem as dúvidas,
deixa as dúvidas para um outro amanhecer, isso é parte a matéria da qual somos feitos.
Acalenta a ti mesma,
com doçura,
com amparo,
com a força que nasceu.
Vai com os teus acúmulos,
ora será memória,
ora será renovo.
Vai fazer plantação,
leva as tuas sementes, que aqui já estamos com os frutos.
Se a vida ecoar demais, deixa a lágrima regar, cair... é a fase das flores.
E como não tem final...empresto a frase que cabe neste espaço:
Devemos constantemente erguer diques de coragem para conter as inundações do medo”.
(Martin Luther King Jr.)
E com esse emrpéstimo juntamos nossas verdades, eu fazendo minha história e o outro que fez a dele.
se assenhora da luz,
dobra o joelho em prece, agradece e segue.
Segue com fé, que a vida vai reunir os iguais, os comnuns de alma,
deixa as perguntas que fertilizem as dúvidas,
deixa as dúvidas para um outro amanhecer, isso é parte a matéria da qual somos feitos.
Acalenta a ti mesma,
com doçura,
com amparo,
com a força que nasceu.
Vai com os teus acúmulos,
ora será memória,
ora será renovo.
Vai fazer plantação,
leva as tuas sementes, que aqui já estamos com os frutos.
Se a vida ecoar demais, deixa a lágrima regar, cair... é a fase das flores.
E como não tem final...empresto a frase que cabe neste espaço:
Devemos constantemente erguer diques de coragem para conter as inundações do medo”.
(Martin Luther King Jr.)
E com esse emrpéstimo juntamos nossas verdades, eu fazendo minha história e o outro que fez a dele.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Declaração
Ainda hoje quero te abraçar não pelo calor que me falta mas pela sensação de laço que me dá.
Ainda hoje quero te ouvir falar não pela certeza da pergunta mas pela beleza da resposta.
Ainda hoje quero te ver chegar não porque é ao meu lado o teu destino mas porque pode ficar.
Ainda hoje tomo contigo o vinho na mesma taça, festejo no mesmo tempo e vamos em um só corpo.
Ainda hoje encaro a vida.
Agradeço.
E se tudo me faltar tu hás de me ser futuro, hás de me ser abrigo e amor.
E outra vez amor.
E se tudo te faltar hei de ser tua razão e recomeço.
Quero correr o risco de exagerar no afeto, porque o dia é hoje.
Ainda hoje quero te ouvir falar não pela certeza da pergunta mas pela beleza da resposta.
Ainda hoje quero te ver chegar não porque é ao meu lado o teu destino mas porque pode ficar.
Ainda hoje tomo contigo o vinho na mesma taça, festejo no mesmo tempo e vamos em um só corpo.
Ainda hoje encaro a vida.
Agradeço.
E se tudo me faltar tu hás de me ser futuro, hás de me ser abrigo e amor.
E outra vez amor.
E se tudo te faltar hei de ser tua razão e recomeço.
Quero correr o risco de exagerar no afeto, porque o dia é hoje.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Sou mãe
Confesso o inexplicável,
coisa do céu...
Um grande, imenso universo resumido em sorriso,
que quando dentro de nós, é dever,
mas quando nascido é virtude, um tratado de amor,
um cultivo de afeto,
"uma coisa com asas" que aprende o voo e ensina liberdade.
Que bons ventos a levem,
e que os bons a façam voltar cada vez que necessitar de refúgio, de abraço, de mim.
Sou, de um jeito encarnado, um pouco do que não se enxerga sem um corpo.
Sou feita de eternidade e habito em um coração endereçado.
Você, filha, me salvou do nada!
coisa do céu...
Um grande, imenso universo resumido em sorriso,
que quando dentro de nós, é dever,
mas quando nascido é virtude, um tratado de amor,
um cultivo de afeto,
"uma coisa com asas" que aprende o voo e ensina liberdade.
Que bons ventos a levem,
e que os bons a façam voltar cada vez que necessitar de refúgio, de abraço, de mim.
Sou, de um jeito encarnado, um pouco do que não se enxerga sem um corpo.
Sou feita de eternidade e habito em um coração endereçado.
Você, filha, me salvou do nada!
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Um sopro
Minha teimosia é conhecida, volto toda vez que um vento muda minha direção.
É coisa de ventania.
É coisa de enraizados.
É coisa para estas asas.
Tão cedo ainda para acelerar,
é certo que tempo é afoito,
mas a maturidade me dá novo olhar,
deixo que passe,
me acalmo em troca de paz.
É coisa de ventania.
É coisa de enraizados.
É coisa para estas asas.
Tão cedo ainda para acelerar,
é certo que tempo é afoito,
mas a maturidade me dá novo olhar,
deixo que passe,
me acalmo em troca de paz.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Daqui de dentro...
Tiro poeiras das gavetas, dessas tantas que tenho,
mas antes de me sufocar,
peço licença a vida,
densa vida.
Antes da minha condenação,
levanto bandeira,
e mereço atenção,
e me faço em palavra,
acordando tudo que habita minha alma...
Vira festa.
Dançam a mesma música, tola e sã,
santa e vã,
heroína e vilã,
porque tudo acordou na alma.
Antes da minha condenação,
tiro doçura lá do fundo,
e tenho gavetas ao montes ainda...
Alguma há de ter absolvição,
em poucas horas,
me vai a delicadeza,
a poesia que cultivo fechando os olhos.
No fim desta gaveta termino do jeito que sou,
achando sempre que é a minha última...
mas antes de me sufocar,
peço licença a vida,
densa vida.
Antes da minha condenação,
levanto bandeira,
e mereço atenção,
e me faço em palavra,
acordando tudo que habita minha alma...
Vira festa.
Dançam a mesma música, tola e sã,
santa e vã,
heroína e vilã,
porque tudo acordou na alma.
Antes da minha condenação,
tiro doçura lá do fundo,
e tenho gavetas ao montes ainda...
Alguma há de ter absolvição,
em poucas horas,
me vai a delicadeza,
a poesia que cultivo fechando os olhos.
No fim desta gaveta termino do jeito que sou,
achando sempre que é a minha última...
quinta-feira, 8 de março de 2012
Este mundo grande
Para seguir a vida, devo esculpir o lado ainda bruto que tenho,
me socorrer nas entranhas das coisas ainda avassaladoras,
transformar angustias em graça,
ficar bonita,
deixar o tempo á vontade para cumprir sua sina.
Para seguir a vida, devo ainda resistir,
aos meus porões,
aos meus escombros,
a tantas paixões.
É tarefa difícil,
dominar-se e,
manter olhos serenos enquanto piso a serpente.
Deixar-me vazar,
fluir,
escoar,
diluir.
Para seguir a vida,
ainda preciso me ver na pele de muitos,
dos que foram por caminhos que eu não teria a coragem de passar.
Para seguir a vida é preciso dar de cara com o mal,
sem covardia,
sem segredos,
sem desalojar o coração das mãos de Deus.
me socorrer nas entranhas das coisas ainda avassaladoras,
transformar angustias em graça,
ficar bonita,
deixar o tempo á vontade para cumprir sua sina.
Para seguir a vida, devo ainda resistir,
aos meus porões,
aos meus escombros,
a tantas paixões.
É tarefa difícil,
dominar-se e,
manter olhos serenos enquanto piso a serpente.
Deixar-me vazar,
fluir,
escoar,
diluir.
Para seguir a vida,
ainda preciso me ver na pele de muitos,
dos que foram por caminhos que eu não teria a coragem de passar.
Para seguir a vida é preciso dar de cara com o mal,
sem covardia,
sem segredos,
sem desalojar o coração das mãos de Deus.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Ouvi dizer
Tem horas que a gente inventa o que não existe, para não sofrer de realidade.
E vai por ai, de bem-me-quer em mal-me-quer se desfolhando,
A gente inventa um jeito de não morrer de solidão,
se faz em voz no mundo e proclama em desertos.
A gente inventa reinos,
e acredita em verdades alheias,
e cai em braços sonsos.
Tem horas que a gente inventa a realidade, para não descobrir-se forjado demais,
e vai por ai querendo um colo quente,
e braços que sempre nos esperaram,
proclamando verdades vivas,
as nossas.
Tranca a porta dos reinos,
e prefere ter casa para voltar,
e acaba de um jeito ou de outro,
aprendendo a cuidar das próprias feridas.
E fica forte para ter outras,
e aprende a deixar-se cuidar.
A gente sabe que precisa viver,
e vai hasteando o coração,
libertando a alma do mosto,
deixando as marcas do rosto,
entregues ao fluxo do tempo.
E que mal há em ter um tanto de ternura em meio a gente tão certeira?
História a gente inventa,
mas a nossa, a gente conta...
E vai por ai, de bem-me-quer em mal-me-quer se desfolhando,
A gente inventa um jeito de não morrer de solidão,
se faz em voz no mundo e proclama em desertos.
A gente inventa reinos,
e acredita em verdades alheias,
e cai em braços sonsos.
Tem horas que a gente inventa a realidade, para não descobrir-se forjado demais,
e vai por ai querendo um colo quente,
e braços que sempre nos esperaram,
proclamando verdades vivas,
as nossas.
Tranca a porta dos reinos,
e prefere ter casa para voltar,
e acaba de um jeito ou de outro,
aprendendo a cuidar das próprias feridas.
E fica forte para ter outras,
e aprende a deixar-se cuidar.
A gente sabe que precisa viver,
e vai hasteando o coração,
libertando a alma do mosto,
deixando as marcas do rosto,
entregues ao fluxo do tempo.
E que mal há em ter um tanto de ternura em meio a gente tão certeira?
História a gente inventa,
mas a nossa, a gente conta...
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Feitos para a eternidade
É o fim da coragem,
o abatimento contagia tanto quanto o viço.
De olhos postos nas frestas,
pouca luz nas arestas, de fé esgotada,
vai-se na dança da covardia.
Devidamente abatido, os sentidos ficam sonsos,
e vive-se declamando roteiros,
e só.
Simplesmente seguindo,
indo assim meio às cegas,
de soluço em soluço, na teimosia insana da lágrima.
A vida pode ser mais...
Janelas abertas,
uma prece que peleja pela luz,
o rasgar da confiança na alma apagada.
A vida pode ser mais razoável,
com desprendimento,
cansaço não tem a ver com a vida,
viver não cansa.
Mentira que a morte é descanso, mesmo depois dela, a vida continua...
o abatimento contagia tanto quanto o viço.
De olhos postos nas frestas,
pouca luz nas arestas, de fé esgotada,
vai-se na dança da covardia.
Devidamente abatido, os sentidos ficam sonsos,
e vive-se declamando roteiros,
e só.
Simplesmente seguindo,
indo assim meio às cegas,
de soluço em soluço, na teimosia insana da lágrima.
A vida pode ser mais...
Janelas abertas,
uma prece que peleja pela luz,
o rasgar da confiança na alma apagada.
A vida pode ser mais razoável,
com desprendimento,
cansaço não tem a ver com a vida,
viver não cansa.
Mentira que a morte é descanso, mesmo depois dela, a vida continua...
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Meu lugar
Tanto nos quebra, nos trinca,
manter o coração sóbrio sem azedar a alma,
sem deixar de querer amigos e verdades, é quem sabe, obra divina.
Prezamos tanto por tradições,
e nessas correntes no perdemos tanto também.
De olhos postos em convenções,
nenhum vento poderá desmanchar nossos cabelos,
nossos castelos,
mas esse mesmo vento faz tempestade em nossos desertos!
E vamos em nossos atalhos, sem sentir mais o pulso da vida,
cortamos caminho,
para chegar mais rápido e nunca aprendemos por quais deles não queremos mais andar.
Voltamos por eles,
ainda sem saber por onde ir.
Nós, tão cheios de nós,
não toleramos o vazio,
nossa gesta é a solidão demagoga,
que ainda irá nos fazer acreditar que não precisamos do outro.
Nos damos por vencidos, quando aceitamos que as coisas são assim mesmo,
e vai-se a vida, num exorcismo de esperança.
Essa tal, da qual não se espera nada.
temos um oceano de vontades,
mas não sabemos nadar até terra firme...
Finitude é a matéria da qual somos feitos,
esfarela.
Nenhum grito pode atrair mais a atenção de Deus do que o silêncio de quem espera por um milagre.
Nascer outra vez,
para viver e morrer com esperança!
manter o coração sóbrio sem azedar a alma,
sem deixar de querer amigos e verdades, é quem sabe, obra divina.
Prezamos tanto por tradições,
e nessas correntes no perdemos tanto também.
De olhos postos em convenções,
nenhum vento poderá desmanchar nossos cabelos,
nossos castelos,
mas esse mesmo vento faz tempestade em nossos desertos!
E vamos em nossos atalhos, sem sentir mais o pulso da vida,
cortamos caminho,
para chegar mais rápido e nunca aprendemos por quais deles não queremos mais andar.
Voltamos por eles,
ainda sem saber por onde ir.
Nós, tão cheios de nós,
não toleramos o vazio,
nossa gesta é a solidão demagoga,
que ainda irá nos fazer acreditar que não precisamos do outro.
Nos damos por vencidos, quando aceitamos que as coisas são assim mesmo,
e vai-se a vida, num exorcismo de esperança.
Essa tal, da qual não se espera nada.
temos um oceano de vontades,
mas não sabemos nadar até terra firme...
Finitude é a matéria da qual somos feitos,
esfarela.
Nenhum grito pode atrair mais a atenção de Deus do que o silêncio de quem espera por um milagre.
Nascer outra vez,
para viver e morrer com esperança!
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Pequenos prazeres...
Minha paz tornou-se urgente,
toda gente deveria ser assim, em solitude seguir...
Hei de desaprender, para regeneração.
Hei de libertar a meninice que ainda me adoça.
Hei de me costurar por cada retalhação e farei em silêncio.
O que resta da minha história, é minha,
hei de ter a vida nas mãos,
ir por onde o vento me leva,
para onde o coração se enclina,
recuperando o viço,
convivendo com os anos,
devaniando o quanto me farte, sem a ninguém explicar nada.
Hei de encaixar o que ainda está solto,
terminar a construção,
começar outra,
com o cimento da vontade,
com a beleza da força,
com a leveza da simplicidade.
Hei de deixar bonita minha existência.
Hei de seguir habitável, enfeitada com verdade,
suprida de alma,
para que venham ou anjos,
ou demônios, e que desses eu me afaste.
Hei de viver com pequenos prazeres,
sabendo que conviver com príncipes,
não é o mesmo que ser amiga do Rei.
toda gente deveria ser assim, em solitude seguir...
Hei de desaprender, para regeneração.
Hei de libertar a meninice que ainda me adoça.
Hei de me costurar por cada retalhação e farei em silêncio.
O que resta da minha história, é minha,
hei de ter a vida nas mãos,
ir por onde o vento me leva,
para onde o coração se enclina,
recuperando o viço,
convivendo com os anos,
devaniando o quanto me farte, sem a ninguém explicar nada.
Hei de encaixar o que ainda está solto,
terminar a construção,
começar outra,
com o cimento da vontade,
com a beleza da força,
com a leveza da simplicidade.
Hei de deixar bonita minha existência.
Hei de seguir habitável, enfeitada com verdade,
suprida de alma,
para que venham ou anjos,
ou demônios, e que desses eu me afaste.
Hei de viver com pequenos prazeres,
sabendo que conviver com príncipes,
não é o mesmo que ser amiga do Rei.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Uma borboletinha
Hoje eu vi a "borboletinha", tem asas coloridas e mora em uma flor,
ela sai de manhãzinha para passear na vizinhança,
fala "oi" para as crianças e sempre volta depois.
Eu que sou pequena, ainda vou crescer,
se eu fosse borboleta teria as asas azuis da cor do mar, mas borboleta sabe nadar?
Eu seria rápida e feliz,
borboleta tem nariz?
Eu teria cabelo comprido e "loirinho",
e iria andar de bicicleta com um passarinho,
Borboleta tem um ninho?
Eu ainda vou crescer, tenho tanto que aprender.
Se eu fosse borboleta iria contar até três,
abrir as minhas asas coloridas, e voar pelas estradas floridas.
Voltar no final da tarde e descansar, para no dia seguinte,
acordar de manhãzinha, conversar com a vizinha,
falar "oi" para as crianças, para depois voar.
(Poeminha para Duda minha amiguinha, meiga e linda de 6anos...)
ela sai de manhãzinha para passear na vizinhança,
fala "oi" para as crianças e sempre volta depois.
Eu que sou pequena, ainda vou crescer,
se eu fosse borboleta teria as asas azuis da cor do mar, mas borboleta sabe nadar?
Eu seria rápida e feliz,
borboleta tem nariz?
Eu teria cabelo comprido e "loirinho",
e iria andar de bicicleta com um passarinho,
Borboleta tem um ninho?
Eu ainda vou crescer, tenho tanto que aprender.
Se eu fosse borboleta iria contar até três,
abrir as minhas asas coloridas, e voar pelas estradas floridas.
Voltar no final da tarde e descansar, para no dia seguinte,
acordar de manhãzinha, conversar com a vizinha,
falar "oi" para as crianças, para depois voar.
(Poeminha para Duda minha amiguinha, meiga e linda de 6anos...)
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Eu
Ainda penso assim, que a minha alma é serva,
mas meu corpo cumpre a pena de dominar-se, triste sina.
Por tanto esforço que faço sobrevivo,
mas confesso que nem sempre tenho olhos bons,
nem minha boca abriga boa palavra,
nem eu, com tudo que reúno me faço grata presença.
E sei bem,
o que falo cria asas,
mas o que faço, raíz.
Para florescer, me vejo em bicas, suo.
Mas, no meu íntimo,
ainda penso nos frutos...
mas meu corpo cumpre a pena de dominar-se, triste sina.
Por tanto esforço que faço sobrevivo,
mas confesso que nem sempre tenho olhos bons,
nem minha boca abriga boa palavra,
nem eu, com tudo que reúno me faço grata presença.
E sei bem,
o que falo cria asas,
mas o que faço, raíz.
Para florescer, me vejo em bicas, suo.
Mas, no meu íntimo,
ainda penso nos frutos...
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