Quem sou eu

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Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

... por um tempo, tenho visto tudo com olhar de turista, com mãos transitórias, com a sensação de que amanhã o lugar será outro.
Vivo com a sensação de surpresa: ao abrir minha caixa de e-mail, ao sair de casa pela manhã, ao atender ao telefone, ao falar com alguém. Escrevo por urgência. Escrevo para conversar comigo, um exercício de convencimento, uma ato de paciência, um desejo de confissão. Fazendo faxina, ainda convivo com as mazelas da adolescência e encaro as acusações de um futuro que nem sei qual será. Acho mesmo, que sou minha maior inimiga, aceitando uma lógica de penitências, antes mesmo de errar e acabo entendendo que viver é mais complicado do que realmente é. Não pode ser. Muitas vezes tratei arranhões por causa das advertências, das auto punições, das ruindades que moravam em mim e que não deveriam morar... tive cortes morais, religiosos, estanques e ainda trato os vergões. Vez por outra refaço curativos. Falar com Deus só com os verbos mais eruditos, com liturgias, com respeito mudo. Conflito. Fazendo faxina, descobri o quanto sou feito meu pai, reflexiva, de humor pontuado e breve. Ele foi um mistério. Ele se foi cedo demais para quem, como eu, tinha acabado de chegar no coração dele e ele no meu. Fazendo faxina, sou como minha mãe, forte com doçura no olhar e dessa mistura, estou aqui interferindo na história. Numa noite dessas, tentei uma conversa com verbos humanos, vendo Deus como sei, como acho, como entendo. Grande e que independe da minha fala poética para fazer o que pretende. Falei, fiz protestos, resmunguei, rimos acho, e também chorei. Inexplicavelmente Ele estava lá. Como sei?
não sei como sei, mas Ele estava lá.
Sou minha maior inimiga. As ruindades que moram em mim também me construiram, minha questão não é mais ser irretocável, nunca "tropeçar nos próprios cadarços", mas viver minha humanidade "matéria prima" da qual fui feita.