Padecemos de coragem,
fé nos falta em dias tão iníquos...
Mas, os nossos, merecem herdar o alvorecer.
Merecemos de volta a fertilidade das boas palavras.
Merecemos arados, não navalhas, não espadas...
Novos profetas quem sabe,
anunciando novos tempos, outros tempos,
que tragam consigo muitas sementes,
novas sementes...
Que o sucesso seja pra nós, um abraço forte,
um olhar perdoador,
um achegar despretencioso,
nem tanto desempenhos,
nem tanto conquistas.
Que conte mais a colheita,
os frutos,
o saciar da alma,
do que a pressa,
a forma,
a rega da plantação.
De joelhos ou não,
olhar o céu,
retomar a fé,
e saber que não habitamos à margem da história.
Seja o coração a nos revelar,
desejos,
vontades,
sonhos.
Um coração pleno de sua humanidade,
falho,
louco,
injusto,
sobrevivente.
Mas sempre aprendiz.
Seja ele a nos guiar nessa colheita,
a repartir,
a doar,
a dividir.
Seja ele, terra boa para a nova semente,
água, sal e luz,
para cestos cheios.
Estes versos são frutos de um desejo "encubado". Pretendem ser poemas.São reflexos de pessoas que amam as palavras e que também me ensinaram a amá-las. Abro minhas gavetas, na tentativa de dividir o verbo e trazer á luz o que poderia "amarelar" com tempo. Tempo este que seguirá, independente de minhas escolhas. Escolhi então, repartir palavras e compartilhar a mim mesma.
Quem sou eu
- Eliana Holtz
- Obras publicadas em Antologias Poéticas: Obra:Desconstrução Antologia:Casa lembrada, Casa perdida-Editora AG. Obra: Conquista Antologia:Sentido Inverso-Editora Andross. Obras: Nó e Falta de ar Antologia: Palavras Veladas-Editora Andross. Obras: Lembrança, Intento e Flecha Livro: Banco de Talentos. Obra: Alegoria Conceioneiro para a Língua Portuguesa-Portugal: Se eu fosse lua, fazia uma noite e Os poemas: Entre nós e Medida, publicados na Antologia Poética da Câmara Brasileira de Jovens escritores-RJ Sou brasileira, natural de São Paulo, Capital. Formada em Letras, Pedagogia e Psicopedagogia. Participei de vários concursos literários internacionais e nacionais.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Neblina
Manhã,
tem sol rastejando pelas frestas...
Hoje ele veio, deixando às claras a paisagem.
Sei-me amanhecendo também, de coração disposto a mil recomeços.
Amanheço para nova clareza,
refaço minhas sentenças.
Ontem foi a despedida da última estrela,
aproveito a manhã para extrair delicadeza,
destilar cuidados,
zelar por minhas palavras.
Estragos feitos,
são reconstruções difíceis demais...
Amanheço certa de uma breve existência, por isso tem que valer a pena!
tem sol rastejando pelas frestas...
Hoje ele veio, deixando às claras a paisagem.
Sei-me amanhecendo também, de coração disposto a mil recomeços.
Amanheço para nova clareza,
refaço minhas sentenças.
Ontem foi a despedida da última estrela,
aproveito a manhã para extrair delicadeza,
destilar cuidados,
zelar por minhas palavras.
Estragos feitos,
são reconstruções difíceis demais...
Amanheço certa de uma breve existência, por isso tem que valer a pena!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Ineficácia
Ora segue roteiros alheios, o coração.
Não nega aos olhos o que vê, nem à boca um sorriso de contentamento.
É traidor, mas não pode ser condenado,
posto ser moldável.
Enganoso também, por supor-se onipotente,
mas não pode ser condenado por não deixar-se encabrestar,
carrega tudo dentro de si.
Ora vazio em plena juventude, quando deveria ser arrebatado.
Ora falido ao pratear os cabelos.
Ora vivo de intuições.
Vai de sobressaltos a calmarias.
Abriga vários recomeços.
É quase incansável,
é quase de barro, faz-se de novo,
e de novo.
O coração sobrevive ao amor,
só por isso deve ser perdoado.
Não nega aos olhos o que vê, nem à boca um sorriso de contentamento.
É traidor, mas não pode ser condenado,
posto ser moldável.
Enganoso também, por supor-se onipotente,
mas não pode ser condenado por não deixar-se encabrestar,
carrega tudo dentro de si.
Ora vazio em plena juventude, quando deveria ser arrebatado.
Ora falido ao pratear os cabelos.
Ora vivo de intuições.
Vai de sobressaltos a calmarias.
Abriga vários recomeços.
É quase incansável,
é quase de barro, faz-se de novo,
e de novo.
O coração sobrevive ao amor,
só por isso deve ser perdoado.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
SEUS jardins
Fiquei pensando em como seria ter sido criança nos tempos de Jesus...
Não teríamos medo de nos aproximar DELE por ter feito algo errado, nem seria difícil dizer o que estivéssemos pensando ou sentindo, se raiva, se dor, fosse o que fosse, falaríamos por inocência, por verdade, por coragem..
Todos muito bem-vindos, sem importar qual a procedência, a cor, a família ou a falta dela.
Talvez um passeio em algum jardim, falando sobre animais, sobre o que seríamos ao crescer, sobre o dia, e a comida preferida.
Imagino ELE contente por nos ouvir falar sem nenhuma madureza, de olhar profundo, infalível, adoçado de sabedoria e paciência.
Crianças naquele tempo, caminhando em plena luz.
Nós, nos tempos de hoje, vivemos de imperativos religiosos, de rituais, de decepções, sempre tentado reaprender sobre gratidão.
Nós crescemos.
Temos o coração desgastado, por vezes irrecuperável, incerto, desertificado, que escolhe por quem bater.
Nós, nos calamos quando há falha, nos falta coragem, aceitação e trivialidade.
Não sabemos mais sobre inocência, não nos sobra mais paciência e fugimos da luz...
Nós crescemos.
Vivemos outros tempos (estes de infância roubada).
...
ELE continua nos esperando em SEUS "jardins"...
"O que você vai ser quando crescer?" - mesmo que, ainda, não tenhamos resposta a essa pergunta.
Não teríamos medo de nos aproximar DELE por ter feito algo errado, nem seria difícil dizer o que estivéssemos pensando ou sentindo, se raiva, se dor, fosse o que fosse, falaríamos por inocência, por verdade, por coragem..
Todos muito bem-vindos, sem importar qual a procedência, a cor, a família ou a falta dela.
Talvez um passeio em algum jardim, falando sobre animais, sobre o que seríamos ao crescer, sobre o dia, e a comida preferida.
Imagino ELE contente por nos ouvir falar sem nenhuma madureza, de olhar profundo, infalível, adoçado de sabedoria e paciência.
Crianças naquele tempo, caminhando em plena luz.
Nós, nos tempos de hoje, vivemos de imperativos religiosos, de rituais, de decepções, sempre tentado reaprender sobre gratidão.
Nós crescemos.
Temos o coração desgastado, por vezes irrecuperável, incerto, desertificado, que escolhe por quem bater.
Nós, nos calamos quando há falha, nos falta coragem, aceitação e trivialidade.
Não sabemos mais sobre inocência, não nos sobra mais paciência e fugimos da luz...
Nós crescemos.
Vivemos outros tempos (estes de infância roubada).
...
ELE continua nos esperando em SEUS "jardins"...
"O que você vai ser quando crescer?" - mesmo que, ainda, não tenhamos resposta a essa pergunta.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Infalível fui eu, quando ouvi exageros,
um tanto de palavras na contra mão,
eu seguindo,
elas em atropelo...
Fui me blindando enquanto ouvia.
Infalível fui eu, no silêncio,
na ausência,
na impotência.
Não falha,
quando não gosto do discurso,
da conversa,
do recado,
fico encapsulada, no mais puro desprazer.
Enquanto o outro fala,
penso na neblina,
em golfinhos,
na vida de um caracol,
no caminho das formigas,
...em tudo que pode ser mais interessante
do que o interminável farfalhar de alguém!
um tanto de palavras na contra mão,
eu seguindo,
elas em atropelo...
Fui me blindando enquanto ouvia.
Infalível fui eu, no silêncio,
na ausência,
na impotência.
Não falha,
quando não gosto do discurso,
da conversa,
do recado,
fico encapsulada, no mais puro desprazer.
Enquanto o outro fala,
penso na neblina,
em golfinhos,
na vida de um caracol,
no caminho das formigas,
...em tudo que pode ser mais interessante
do que o interminável farfalhar de alguém!
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Porão
Desconfiada, reparei no meu coração,
que não me deixou em paz até que rasgasse minha boca em sorriso.
Fiz isso, deixei de ser frágil por alguns instantes,
esqueci meu sentimento abissal de impotência,
meu jeito chorão,
sai dos porões da minha alma, só por hoje.
Com isso me senti em casa com a minha felicidade,
não precisei de muito,
só deixei o vento bater no me rosto,
desarrumar meu cabelo,
e levar uma palavra minha...
Fiz isso, deixei-me diluir, fiquei feliz
e, minha felicidade não precisa de julgamentos.
que não me deixou em paz até que rasgasse minha boca em sorriso.
Fiz isso, deixei de ser frágil por alguns instantes,
esqueci meu sentimento abissal de impotência,
meu jeito chorão,
sai dos porões da minha alma, só por hoje.
Com isso me senti em casa com a minha felicidade,
não precisei de muito,
só deixei o vento bater no me rosto,
desarrumar meu cabelo,
e levar uma palavra minha...
Fiz isso, deixei-me diluir, fiquei feliz
e, minha felicidade não precisa de julgamentos.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Verdade
Eu, porém sou tentada a viver de bem querer,
inclemente jugo,
e toda vez que a vida me impõe seu jeito,
me sobram arranhões para tratar.
Hei de aprender a não me importar com cicatrizes,
tão pouco com os que me causam tristeza,
nem ritualizar demais o que não deu certo.
Minhas casmurrices me fizeram indolente,
hei de desaprende-las...
Ando de alma mansa,
de memória sobrevivente,
garimpando ternuras,
procurando abraços,
dividindo palavras,
deixando "prá lá"...
Isso não é fácil, mas me conduz na construção de um coração mais sábio.
inclemente jugo,
e toda vez que a vida me impõe seu jeito,
me sobram arranhões para tratar.
Hei de aprender a não me importar com cicatrizes,
tão pouco com os que me causam tristeza,
nem ritualizar demais o que não deu certo.
Minhas casmurrices me fizeram indolente,
hei de desaprende-las...
Ando de alma mansa,
de memória sobrevivente,
garimpando ternuras,
procurando abraços,
dividindo palavras,
deixando "prá lá"...
Isso não é fácil, mas me conduz na construção de um coração mais sábio.
domingo, 19 de setembro de 2010
Sobrevoo
Sempre há dentro de nós um instante "contente",
parecem horas revisando a memória,
mas são meros instantes onde cabem anos de história pessoal.
Não que eu tenha tanto a contar, mas cada lembrança repica feito sino tocando fora de hora...
Estar sozinha faz isso com a gente.
Confesso, do acervo de saudades que tenho,
vi que nem tudo é inoxidável,
na mistura de virtudes e vícios,
bondades e maldades,
a história é obra nossa, minha.
Me sinto artesã, talhando de novo,
restaurando sulcos do tempo,
humanizando alguns santos,
reclamando menos explicações...
Vou feito uma pluma que desprendeu-se da asa de um pássaro,
mesmo a pluma não sendo mais "asa", não perdeu a propriedade do voo.
Vou de sorriso maroto mesmo, feliz porque valeu o instante!
parecem horas revisando a memória,
mas são meros instantes onde cabem anos de história pessoal.
Não que eu tenha tanto a contar, mas cada lembrança repica feito sino tocando fora de hora...
Estar sozinha faz isso com a gente.
Confesso, do acervo de saudades que tenho,
vi que nem tudo é inoxidável,
na mistura de virtudes e vícios,
bondades e maldades,
a história é obra nossa, minha.
Me sinto artesã, talhando de novo,
restaurando sulcos do tempo,
humanizando alguns santos,
reclamando menos explicações...
Vou feito uma pluma que desprendeu-se da asa de um pássaro,
mesmo a pluma não sendo mais "asa", não perdeu a propriedade do voo.
Vou de sorriso maroto mesmo, feliz porque valeu o instante!
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Medo
O silêncio é necessário para não colher fruta verde.
Na fome das coisas, o barulho do vento e das vozes confunde o alimento.
Sempre se faz um esforço tamanho para escolher o que se quer mesmo.
Puxar uma cadeira, ou apagar a luz do quarto, olhar lá fora, calar-se,
ainda são "cestos" para colher pequenas coragens...
Mesmo assim, ainda assim, vou de alma inquieta em pleno silêncio!
Na fome das coisas, o barulho do vento e das vozes confunde o alimento.
Sempre se faz um esforço tamanho para escolher o que se quer mesmo.
Puxar uma cadeira, ou apagar a luz do quarto, olhar lá fora, calar-se,
ainda são "cestos" para colher pequenas coragens...
Mesmo assim, ainda assim, vou de alma inquieta em pleno silêncio!
terça-feira, 17 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Ladainha
No meu desassossego,
me alimento de vontades.
Tantas delas, já sei serão, só isso.
(só vontades!)
E fico algum tempo vagando na pergunta litania,
" E se eu fosse...?"
A cada resposta "não sou", quero, de vez, tirar o elmo.
O óbvio é o meu mal.
Passa a noite e acordo na mesma fadiga.
Desassossego quase premonitório,
me sobram razões para esses remendos que faço,
faço o que posso com meus hiatos.
Vai ver é sina de poeta,
pensar,
pensar,
pensar...
Desassossegadamente!
me alimento de vontades.
Tantas delas, já sei serão, só isso.
(só vontades!)
E fico algum tempo vagando na pergunta litania,
" E se eu fosse...?"
A cada resposta "não sou", quero, de vez, tirar o elmo.
O óbvio é o meu mal.
Passa a noite e acordo na mesma fadiga.
Desassossego quase premonitório,
me sobram razões para esses remendos que faço,
faço o que posso com meus hiatos.
Vai ver é sina de poeta,
pensar,
pensar,
pensar...
Desassossegadamente!
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
De vidro
Me vai um tremor que não se nota por fora,
desabo aqui dentro,
meu rosto é rubor,
meus olhos encharcam,
me calo sozinha no meio de tantos.
Mas grito aqui dentro e ouço, só eu.
Me dou sentimentos por caridade,
por pena de mim,
me sinto piedosa assim...
Não ouço esse chamado para ser igual e nem diferente,
ouço o chamado para me enfrentar.
Enfrentar o que não sou e aquilo que sou.
Não tenho resposta por sobreviver aos escombros,
e a lucidez por vezes me torna imprópria,
quem sabe me falte delírio para os improvisos,
mas é com a lucidez que me reconstruo.
desabo aqui dentro,
meu rosto é rubor,
meus olhos encharcam,
me calo sozinha no meio de tantos.
Mas grito aqui dentro e ouço, só eu.
Me dou sentimentos por caridade,
por pena de mim,
me sinto piedosa assim...
Não ouço esse chamado para ser igual e nem diferente,
ouço o chamado para me enfrentar.
Enfrentar o que não sou e aquilo que sou.
Não tenho resposta por sobreviver aos escombros,
e a lucidez por vezes me torna imprópria,
quem sabe me falte delírio para os improvisos,
mas é com a lucidez que me reconstruo.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Já sabemos...
Escolher a roupa e o jeito certo de andar,
a cor do batom e tom do perfume,
sabemos não desperdiçar palavras,
ouvimos com doçura um elogio,
descartamos com elegância um convite,
e sempre contaremos as calorias,
e sempre teremos espelhos,
e sempre iremos chorar de repente.
Já sabemos...
A solidão não é um corte na alma,
é um recomeço pra quase tudo.
Prezamos pelo conhecimento,
prezamos ser conhecidas.
Não precisamos mais provar nada em rodas de amigos.
Foi-se o tempo dessas provocações...
Já sabemos fazer as contas do que vale a pena,
sem grandes perdas,
já sabemos aceitar melhor os desafetos.
Teremos sempre momentos adolescentes,
sem culpa!
A voz, a pele, o toque ficaram mais amadurecidos,
e não é não.
Já sabemos...temos mais de 30.
Escolher a roupa e o jeito certo de andar,
a cor do batom e tom do perfume,
sabemos não desperdiçar palavras,
ouvimos com doçura um elogio,
descartamos com elegância um convite,
e sempre contaremos as calorias,
e sempre teremos espelhos,
e sempre iremos chorar de repente.
Já sabemos...
A solidão não é um corte na alma,
é um recomeço pra quase tudo.
Prezamos pelo conhecimento,
prezamos ser conhecidas.
Não precisamos mais provar nada em rodas de amigos.
Foi-se o tempo dessas provocações...
Já sabemos fazer as contas do que vale a pena,
sem grandes perdas,
já sabemos aceitar melhor os desafetos.
Teremos sempre momentos adolescentes,
sem culpa!
A voz, a pele, o toque ficaram mais amadurecidos,
e não é não.
Já sabemos...temos mais de 30.
sábado, 31 de julho de 2010
Para quem amo...
Permita-me a palavra,
em torno do meu coração,
dizer, com poucas do amor.
Desse inesperado,
que quando me basta o silêncio encaro com doçura.
A solidão de alguns dias desconcerta um pouco,
traz um sentimento urgente de presença,
e vai-se por dentro, inventando verdades, que são mentiras que contamos pra gente,
e a saudade passa a ser o alimento em excesso.
As coisas acontecem lá fora,
mas acontecem dentro de nós também,
Eu acredito no amor,
que chega na calmaria ou no atropelo,
e porque eu acredito, ele existe!
em torno do meu coração,
dizer, com poucas do amor.
Desse inesperado,
que quando me basta o silêncio encaro com doçura.
A solidão de alguns dias desconcerta um pouco,
traz um sentimento urgente de presença,
e vai-se por dentro, inventando verdades, que são mentiras que contamos pra gente,
e a saudade passa a ser o alimento em excesso.
As coisas acontecem lá fora,
mas acontecem dentro de nós também,
Eu acredito no amor,
que chega na calmaria ou no atropelo,
e porque eu acredito, ele existe!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Sou eu.
Em boa cor,
de barro sou,
me moldo,
e no formato dele é que existe o seu valor.
Sou vaso que carrega a flor.
Adorno que quis pra mim.
Em tempo que despetalava,
marquei meu passo,
com fragilidade,
na brevidade da existência,
enquanto durar meus dias.
Na pele, feito papel.
Em tempos sem cuidados,
uma flor sobreviveu,
levo comigo,
ando com ela,
e sempre que reparo no contorno,
me lembro de reflorescer...
Em boa cor,
de barro sou,
me moldo,
e no formato dele é que existe o seu valor.
Sou vaso que carrega a flor.
Adorno que quis pra mim.
Em tempo que despetalava,
marquei meu passo,
com fragilidade,
na brevidade da existência,
enquanto durar meus dias.
Na pele, feito papel.
Em tempos sem cuidados,
uma flor sobreviveu,
levo comigo,
ando com ela,
e sempre que reparo no contorno,
me lembro de reflorescer...
terça-feira, 20 de julho de 2010
BREVE
Ando insone,
insolente,
insossa um tanto...
Ando encarando a idade,
minhas maldades que penso,
no pouco perdão, quem sabe
no pouquíssimo perdão.
Ando contemporânea demais,
portando futuros,
deixando minha época,
desperdiçando o passado.
Ando imprópria, sempre andei.
Sei-me repentina,
a céu aberto,
ando de remissões e culpa,
ora de redenção.
Ando assim na minha humanidade...
insolente,
insossa um tanto...
Ando encarando a idade,
minhas maldades que penso,
no pouco perdão, quem sabe
no pouquíssimo perdão.
Ando contemporânea demais,
portando futuros,
deixando minha época,
desperdiçando o passado.
Ando imprópria, sempre andei.
Sei-me repentina,
a céu aberto,
ando de remissões e culpa,
ora de redenção.
Ando assim na minha humanidade...
sexta-feira, 9 de julho de 2010
No pé da cruz
Tem dias, não sei, quero explicar minhas razões.
Dizer que tempero dou a vida,
que conversas tenho no fim da noite,
como dissolvo minhas angustias.
Não nego sou eu.
Reticente,
limitada,
feita de improvisos.
Mas meu coração arde sim,
quando posso,
livremente,
entre acertos e desacertos,
confessar quem sou.
Ainda me assusta tanto o julgamento,
cara a cara sem disfarces.
Inconfessável será,
posto que sou incerteza.
Me consola que ELE sabe, mas não me inocenta de mim.
Não nego sou eu.
Perdão me sobe aos lábios,
Se quiser e se puder,
continuam a me entender,
pois a paz que as vezes sinto é engano.
De fato, estou em guerra,
sempre,
quase sempre.
Dizer que tempero dou a vida,
que conversas tenho no fim da noite,
como dissolvo minhas angustias.
Não nego sou eu.
Reticente,
limitada,
feita de improvisos.
Mas meu coração arde sim,
quando posso,
livremente,
entre acertos e desacertos,
confessar quem sou.
Ainda me assusta tanto o julgamento,
cara a cara sem disfarces.
Inconfessável será,
posto que sou incerteza.
Me consola que ELE sabe, mas não me inocenta de mim.
Não nego sou eu.
Perdão me sobe aos lábios,
Se quiser e se puder,
continuam a me entender,
pois a paz que as vezes sinto é engano.
De fato, estou em guerra,
sempre,
quase sempre.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Sai pra ver um pouco lá fora,
havia promessa de boa colheita,
paisagem de pele lisa, revelando novo tempo.
Prenúncio de alma cheia.
Um clamor solitário.
Meu fôlego acabou.
Lá fora, pão.
Cestos cheios.
Mesa farta de perdão.
Sai pra ver um pouco o céu,
sonhar voos.
Tarde bonita,
sol em despedida,
hora boa para conversar...
Sei que falei palavras,
tantas delas aflitas,
outras em lágrimas,
outras não disse.
Na mesa farta de perdão,
se multiplicou a paz dos dias cansados,
ficou a certeza do recado divino:
Tudo se faz novo!
havia promessa de boa colheita,
paisagem de pele lisa, revelando novo tempo.
Prenúncio de alma cheia.
Um clamor solitário.
Meu fôlego acabou.
Lá fora, pão.
Cestos cheios.
Mesa farta de perdão.
Sai pra ver um pouco o céu,
sonhar voos.
Tarde bonita,
sol em despedida,
hora boa para conversar...
Sei que falei palavras,
tantas delas aflitas,
outras em lágrimas,
outras não disse.
Na mesa farta de perdão,
se multiplicou a paz dos dias cansados,
ficou a certeza do recado divino:
Tudo se faz novo!
quinta-feira, 24 de junho de 2010
sem nome
Então, é isso.
Já tenho por certo que não sou de garbo,
minha elegância trago por dentro.
E digo sim que me afeta o fato,
o desacato,
o desalento,
o desatento jeito de viver que tenho.
Desajeitado mesmo.
Não nego que me afeta o fardo,
de ser assim,
dolorida,
delicadamente em desuso.
Não brado palavra,
calo quase sempre,
ruborizo,
me escondo,
eternizo meu
casulo.
Me transformo em minguados movimentos,
há muitas borboletas já.
Tenho por certo, minha sina é está,
experimentar sufocos,
passar do tempo,
perder a hora,
não voar direito.
Não vou ter meu nome em dourado,
nem vociferar,
nem sequer falar mais alto.
Vou sempre descansar a cabeça na mão esquerda,
para ouvir alguém falar.
As soluções não virão de mim,
se me complico...
Não explico,
nem suplico,
nem fico mais inebriada com discursos.
Sei-me assim cansada um pouco dos humanos de sempre.
Já tenho por certo que não sou de garbo,
minha elegância trago por dentro.
E digo sim que me afeta o fato,
o desacato,
o desalento,
o desatento jeito de viver que tenho.
Desajeitado mesmo.
Não nego que me afeta o fardo,
de ser assim,
dolorida,
delicadamente em desuso.
Não brado palavra,
calo quase sempre,
ruborizo,
me escondo,
eternizo meu
casulo.
Me transformo em minguados movimentos,
há muitas borboletas já.
Tenho por certo, minha sina é está,
experimentar sufocos,
passar do tempo,
perder a hora,
não voar direito.
Não vou ter meu nome em dourado,
nem vociferar,
nem sequer falar mais alto.
Vou sempre descansar a cabeça na mão esquerda,
para ouvir alguém falar.
As soluções não virão de mim,
se me complico...
Não explico,
nem suplico,
nem fico mais inebriada com discursos.
Sei-me assim cansada um pouco dos humanos de sempre.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Casa vazia
Faço visita pra mim.
Fico sempre assim sem jeito,
se sento ou não,
se fico.
Sou estranha em mim.
Faço visita pra mim.
Trago um regalo,
espero passar a vontade de chorar,
não lido bem com o que não entendo.
O que é rústico vai ficar assim, sem retoque.
Sem meu toque.
Encalhado nos cantos que tenho.
Chego sempre sem avisos,
não lido bem com improvisos,
tenho sonhos certos.
Sou dobrável se não percebo cabrestos,
não me deixo domar.
Dia sento, dia não.
Dia escrevo, dia não.
Dia desses, quem sabe faço uma pintura,
há espaço nos meus cantos vivos.
Sei que me visito,
deixo sempre a casa vazia,
não fico.
Perfeição é um adorno falso.
Estou de passagem ainda,
imaginando caminhos,
costurando destinos.
Tecendo tapetes que não evitam as quedas.
De coração acortinado.
De abraços ainda lacrados.
Sem muito enfeite.
De passos lentos,
sem muito tempo.
Talvez eu mude mesmo,
bata de vez a porta,
tranque tudo que é "insatisfeito".
Derrube paredes.
Já sei descontruir e construir de novo,
depois o vento leva a poeira...
Fico sempre assim sem jeito,
se sento ou não,
se fico.
Sou estranha em mim.
Faço visita pra mim.
Trago um regalo,
espero passar a vontade de chorar,
não lido bem com o que não entendo.
O que é rústico vai ficar assim, sem retoque.
Sem meu toque.
Encalhado nos cantos que tenho.
Chego sempre sem avisos,
não lido bem com improvisos,
tenho sonhos certos.
Sou dobrável se não percebo cabrestos,
não me deixo domar.
Dia sento, dia não.
Dia escrevo, dia não.
Dia desses, quem sabe faço uma pintura,
há espaço nos meus cantos vivos.
Sei que me visito,
deixo sempre a casa vazia,
não fico.
Perfeição é um adorno falso.
Estou de passagem ainda,
imaginando caminhos,
costurando destinos.
Tecendo tapetes que não evitam as quedas.
De coração acortinado.
De abraços ainda lacrados.
Sem muito enfeite.
De passos lentos,
sem muito tempo.
Talvez eu mude mesmo,
bata de vez a porta,
tranque tudo que é "insatisfeito".
Derrube paredes.
Já sei descontruir e construir de novo,
depois o vento leva a poeira...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Eu
É, o tempo, transforma a gente,
por fora revela-se nos olhos, nas mãos na cor do cabelo,
muda a cor da gente,
o tom da fala,
a leveza do corpo.
O tempo reforma a gente,
vai ver por isso escrevo,
nasci tímida, coisa que dissolvo em poemas.
Nasci pouco hábil para dança, sempre adolescente nisso,
mas há ritmo em meus dedos...
Nasci um tanto medrosa sendo eu,
mas quando sou as letras, enfeitiço as linhas,
o texto,
me refaço,
me retoco e levanto bandeiras.
Nasci para falar pouco, mas falo o nome dos que amo,
em algum lugar falam meu nome também.
O tempo me fez cair de amores pelo silêncio.
Se continuo, não é por teimosia não,
o tempo tira o fôlego da gente,
continuo, porque o que não sou me constrange.
O tempo não irá me trazer menos timidez, tão pouco os passos lestos da dança,
nem coragem também.
O tempo não irá me trazer o que não tenho, vai levar o que tenho.
Mas tenho a liberdade da escolha.
por fora revela-se nos olhos, nas mãos na cor do cabelo,
muda a cor da gente,
o tom da fala,
a leveza do corpo.
O tempo reforma a gente,
vai ver por isso escrevo,
nasci tímida, coisa que dissolvo em poemas.
Nasci pouco hábil para dança, sempre adolescente nisso,
mas há ritmo em meus dedos...
Nasci um tanto medrosa sendo eu,
mas quando sou as letras, enfeitiço as linhas,
o texto,
me refaço,
me retoco e levanto bandeiras.
Nasci para falar pouco, mas falo o nome dos que amo,
em algum lugar falam meu nome também.
O tempo me fez cair de amores pelo silêncio.
Se continuo, não é por teimosia não,
o tempo tira o fôlego da gente,
continuo, porque o que não sou me constrange.
O tempo não irá me trazer menos timidez, tão pouco os passos lestos da dança,
nem coragem também.
O tempo não irá me trazer o que não tenho, vai levar o que tenho.
Mas tenho a liberdade da escolha.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Abri nova página, para quem sabe falar algo novo. Só percebo um anseio imperativo de escrever, confesso sem tema, nem poema. Não sei bem o que me guia agora. Tenho uma miopia encantada das coisas, acho que me visto de poeta para não ficar com a palavra.
Poetas querem na verdade se livrar delas, missão quem sabe, carregá-las. Por vezes um fardo, por vezes fazem desabrochar, fazem chorar à toa, fazem doer um pouco, fazem bagunça no dia da gente. Mas poetas podem, são seres quase elficos, com permissão para falar...
E os que não são? tem as palavras em matéria bruta, ainda por lapidar, há de se ter cuidado na fala, podem vir tão lúcidas que quebram o encanto do outro, desvestem afeto, tiram a paz, deformam por dentro.
Não basta falar somente, por isso são entregues aos poetas, guardadores fiéis...tranformam feio em bonito, sem nada tirar da verdade. Poetas são pontes entre os que querem ser ouvidos.
Um conselho vai: tenha o seu!
Poetas querem na verdade se livrar delas, missão quem sabe, carregá-las. Por vezes um fardo, por vezes fazem desabrochar, fazem chorar à toa, fazem doer um pouco, fazem bagunça no dia da gente. Mas poetas podem, são seres quase elficos, com permissão para falar...
E os que não são? tem as palavras em matéria bruta, ainda por lapidar, há de se ter cuidado na fala, podem vir tão lúcidas que quebram o encanto do outro, desvestem afeto, tiram a paz, deformam por dentro.
Não basta falar somente, por isso são entregues aos poetas, guardadores fiéis...tranformam feio em bonito, sem nada tirar da verdade. Poetas são pontes entre os que querem ser ouvidos.
Um conselho vai: tenha o seu!
terça-feira, 13 de abril de 2010
Aguarde sua vez!
Não sou nada incomum,
vivo das coisas que sei,
cravejada de angustias,
marejando de saudade,
fabricando calma, diariamente.
Disfarço minhas fragilidades construindo muros,
quem chega,
chega devagar.
Aceito melhor os sofrimentos,
as perdas,
aprendendo a recolher-me sempre.
Bem-vindos são,
mas venham com jeito,
os desencontros complicam a vida.
Embora pareça frágil,
de vidro fino,
quebradiço,
Diariamente também,
me fortaleço com os insucessos,
me aceito comum,
não bebo,
não fumo,
não falo "palavrão",
não durmo tarde,
não exagero em nada.
Não sei mesmo se isso me faz bem,
mas sei bem,
quando me faz mal.
Sei-me assim,
sem muito alarde,
imprecisa,
passional,
ciumenta,
Não há quem me corrija o coração, quando amo.
Sempre lamento minha pressa,
por isso vou devagar,
observando bem,
não me obrigo mais,
me abrigo.
Sou viceral.
sábado, 10 de abril de 2010
Uma coisa ou outra
Passagem rápida pelo papel,
sem muita obrigação da palavra,
sem muita pretensão de verso, sem nenhuma angustia poética, só registro.
Só para sondar, levemente,
no fundo, no fundo para saber,
ver mesmo se continuam comigo,
mesmo nos dias vazios,
imprecisos,
só para saber,
espiar,
se continuam comigo,
os versos...
Na "pena" do poeta, "com pena" do poeta!
sem muita obrigação da palavra,
sem muita pretensão de verso, sem nenhuma angustia poética, só registro.
Só para sondar, levemente,
no fundo, no fundo para saber,
ver mesmo se continuam comigo,
mesmo nos dias vazios,
imprecisos,
só para saber,
espiar,
se continuam comigo,
os versos...
Na "pena" do poeta, "com pena" do poeta!
quarta-feira, 7 de abril de 2010
"en hora buena"
Vi nela, nas ruas e nas janelas,
o preço da dor e da elegância.
Cidade sem crianças, pais sem seus herdeiros,
mães gritando nas praças,
voz de quem passa...
Vi ensaios e devaneios,
nos passos do tango,
na graça,
na taça de vinho,
na mesa da festa.
Café com desenhos,
muros coloridos,
gente que também pede esmola.
Demora entender que é sofrido
o tremular da bandeira,
como se fizesse um pedido,
um apelo aos que recebe em seu solo.
É lindo o entardecer...
São parques abrigando a história,
casas,
ruas,
vi cenas nuas também.
Gente dormindo nas calçadas,
o frio batendo nas costas,
mesmo na Florida.
Vi a fé azul e amarela,
no gramado,
nas cadeiras,
no pé encantado,
na memória dos gols.
É lindo ver a avenida de luzes,
a noite,
ninguém diz,
o que revela-se na luz,
no dia,
na crua transparência das ruas.
Cidade fantástica,
regada a romance,
não nego, é linda.
é linda...
o preço da dor e da elegância.
Cidade sem crianças, pais sem seus herdeiros,
mães gritando nas praças,
voz de quem passa...
Vi ensaios e devaneios,
nos passos do tango,
na graça,
na taça de vinho,
na mesa da festa.
Café com desenhos,
muros coloridos,
gente que também pede esmola.
Demora entender que é sofrido
o tremular da bandeira,
como se fizesse um pedido,
um apelo aos que recebe em seu solo.
É lindo o entardecer...
São parques abrigando a história,
casas,
ruas,
vi cenas nuas também.
Gente dormindo nas calçadas,
o frio batendo nas costas,
mesmo na Florida.
Vi a fé azul e amarela,
no gramado,
nas cadeiras,
no pé encantado,
na memória dos gols.
É lindo ver a avenida de luzes,
a noite,
ninguém diz,
o que revela-se na luz,
no dia,
na crua transparência das ruas.
Cidade fantástica,
regada a romance,
não nego, é linda.
é linda...
quarta-feira, 17 de março de 2010
Coisas da vida...
Eu, nostalgicamente, pensando nos tempo oportunos...
Hoje, é o primeiro passeio da Ana Carolina com a escola, com a escola significa dizer sem mim ( a super mãe que penso ser, pois tem horas que até acho que posso voar!) de nada adiantam meus super poderes diante da independência dela.
Como eu, ela também se perde um pouco com isso, sem saber lidar com o crescimento, porque alterna em suas convicções, ora enche o peito e na ponta dos pés, sei lá, para parecer mais alta, diz: "já tenho 5 anos", ora se enfia no meu colo como se ainda tivesse 5 meses...
Controvérsia total.
Ora eu mesma, sabendo que preciso ensiná-la a dar seus próprios passos, carrego tudo no colo para evitar qualquer dor em seus pés ( metaforicamente claro!) Como já tive 5 anos, sei bem do que ainda virá pela frente até a escolha de uma profissão.
As fotos me assustam tanto, tenho umas 3x4 desde quando ela tinha 1 ano até os 4 anos, falta a carinha dos seus 5 anos ainda, e dos próximos que virão, anos ainda entregues a minha imaginação de mãe.
Sendo nós duas mulheres, por sorte minha, ou por sabedoria divina, posso entender suas pequenas vaidades, e tenho nela o prenúncio de uma longa amizade. Quero a Ana como amiga, isso é conquista que se faz, porque filha ela já é, não me escolheu como mãe.
Fico olhando o rostinho dela, procurando a mim mesma em seus traços, não acho, não faz mal...se eu puder entender o "avesso" dela, e se achar algo de mim ali, talvez esteja fazendo um bom trabalho.
Por dentro, na alma quero muito que sejamos iguais, pois o que tenho de bom, essencialmente, aprendi de Deus.
Ela é bonita, (adestrando minha "corujisse"), ela é bonita sim.
Tenho minhas limitações, que as vezes me arrancam noites de lágrimas, um choro cansado, misturado com sono, arrependimentos e por fim, o retorno da coragem.
Amanheço orgulhosa de mim, sensação que dura até a próxima noite de choro e vou me sustentando assim.
São as coisas da vida, passei de filha, a mãe. Ela, quem sabe, seguirá a mesma trajetória, repetindo as coisas exercendo a natureza das coisas, se assim for.
Até aqui, estamos indo bem, nós duas, entre "eu te amo mamãe" e o desamor instantâneo da disciplina, a parte mais difícil é essa, tentar tornar uma tela em branco em uma admirada obra de arte.
Com as "tintas" que tenho, com o amor que tenho, com inspiração divina.
Missão vai ver...
Hoje, é o primeiro passeio da Ana Carolina com a escola, com a escola significa dizer sem mim ( a super mãe que penso ser, pois tem horas que até acho que posso voar!) de nada adiantam meus super poderes diante da independência dela.
Como eu, ela também se perde um pouco com isso, sem saber lidar com o crescimento, porque alterna em suas convicções, ora enche o peito e na ponta dos pés, sei lá, para parecer mais alta, diz: "já tenho 5 anos", ora se enfia no meu colo como se ainda tivesse 5 meses...
Controvérsia total.
Ora eu mesma, sabendo que preciso ensiná-la a dar seus próprios passos, carrego tudo no colo para evitar qualquer dor em seus pés ( metaforicamente claro!) Como já tive 5 anos, sei bem do que ainda virá pela frente até a escolha de uma profissão.
As fotos me assustam tanto, tenho umas 3x4 desde quando ela tinha 1 ano até os 4 anos, falta a carinha dos seus 5 anos ainda, e dos próximos que virão, anos ainda entregues a minha imaginação de mãe.
Sendo nós duas mulheres, por sorte minha, ou por sabedoria divina, posso entender suas pequenas vaidades, e tenho nela o prenúncio de uma longa amizade. Quero a Ana como amiga, isso é conquista que se faz, porque filha ela já é, não me escolheu como mãe.
Fico olhando o rostinho dela, procurando a mim mesma em seus traços, não acho, não faz mal...se eu puder entender o "avesso" dela, e se achar algo de mim ali, talvez esteja fazendo um bom trabalho.
Por dentro, na alma quero muito que sejamos iguais, pois o que tenho de bom, essencialmente, aprendi de Deus.
Ela é bonita, (adestrando minha "corujisse"), ela é bonita sim.
Tenho minhas limitações, que as vezes me arrancam noites de lágrimas, um choro cansado, misturado com sono, arrependimentos e por fim, o retorno da coragem.
Amanheço orgulhosa de mim, sensação que dura até a próxima noite de choro e vou me sustentando assim.
São as coisas da vida, passei de filha, a mãe. Ela, quem sabe, seguirá a mesma trajetória, repetindo as coisas exercendo a natureza das coisas, se assim for.
Até aqui, estamos indo bem, nós duas, entre "eu te amo mamãe" e o desamor instantâneo da disciplina, a parte mais difícil é essa, tentar tornar uma tela em branco em uma admirada obra de arte.
Com as "tintas" que tenho, com o amor que tenho, com inspiração divina.
Missão vai ver...
segunda-feira, 15 de março de 2010
Chegou a manhã...a vida pela frente.
O dia pela frente.
O próximo bom-dia.
Um aperto no peito,
um gole de café puro,
uma porção de pensamentos.
Sapatos nos pés,
vestida para o trabalho.
Meu jeito denunciando
um lamento,
um certo descontentamento.
Parada em frente ao espelho,
para os últimos retoques,
olhando bem,
reparando,
sou fiel a rotina,
presa a regras,
mas vi que sou livre por dentro.
Escrevo o que sinto...
O dia pela frente.
O próximo bom-dia.
Um aperto no peito,
um gole de café puro,
uma porção de pensamentos.
Sapatos nos pés,
vestida para o trabalho.
Meu jeito denunciando
um lamento,
um certo descontentamento.
Parada em frente ao espelho,
para os últimos retoques,
olhando bem,
reparando,
sou fiel a rotina,
presa a regras,
mas vi que sou livre por dentro.
Escrevo o que sinto...
quinta-feira, 11 de março de 2010
Banco de Talentos
A FEBRABAN desde 1994, por meio de concurso promove e divulga trabalhos de artistas-bancários. Os selecionados, nas diversas categorias, tem seus trabalhos publicados em um livro chamado: Banco de Talentos. Em ciclos bienais são selecionados artistas de todo pais e de vários Bancos.
Em 2009, foi a vez dos artistas artesãos, escultores, músicos, escritores (contos) e poetas ! (categoria a qual pertenço!)
Me sinto feliz em ter meus poemas publicados nesse livro, para mim é gratificante estar entre os que fazem de sua arte uma voz na multidão!Recebi o livro hoje, ficou bonito! Parabéns a todos os selecionados no ano de 2009! Meus poemas publicados: Nascimento e Coreografia que podem ser lidos aqui no Blog!
segunda-feira, 8 de março de 2010
Tardinha
Café com bolo,
final de sol,
tardinha.
Aguar as plantas, falar com elas.
Cultivar sementes,
mas já acreditar na raíz.
Um livro leve,
um suco feito com mais de 3 frutas,
um abraço depois do afastamento,
perdão.
Chorar para lavar por dentro,
sorrir para dizer bom-dia,
ouvir legitimamente.
Errar, fazer outra vez, errar outra vez,
refazer, mas continuar tendo valor.
Verdade, viver com ela.
Calar-se para ouvir a Deus.
Deixar-se moldar.
Sentir as dores,
viver o luto até o final,
sempre dar novos laços,
e novos passos.
Tantas outras coisas simples,
tão difíceis que são,
para quem anda inalcançavel.
final de sol,
tardinha.
Aguar as plantas, falar com elas.
Cultivar sementes,
mas já acreditar na raíz.
Um livro leve,
um suco feito com mais de 3 frutas,
um abraço depois do afastamento,
perdão.
Chorar para lavar por dentro,
sorrir para dizer bom-dia,
ouvir legitimamente.
Errar, fazer outra vez, errar outra vez,
refazer, mas continuar tendo valor.
Verdade, viver com ela.
Calar-se para ouvir a Deus.
Deixar-se moldar.
Sentir as dores,
viver o luto até o final,
sempre dar novos laços,
e novos passos.
Tantas outras coisas simples,
tão difíceis que são,
para quem anda inalcançavel.
sábado, 6 de março de 2010
Desalojada
No avesso, tento,
em tempo,
não ser desforme.
Conforme passa o tempo,
envelheço,
me conformo e me esqueço.
Tento, como tento,
conciliar o de fora com o de dentro,
ter a mesma forma,
independente,
de um dia cansado,
de um amor acabado,
de ouvir um não,
de não ter tanto talento,
de não conseguir acertar o alvo,
de não ser o esperado,
ainda tento.
Mais vale a beleza do avesso,
do que aquilo que se nota por fora.
Talvez haja pouco por fora,
mas valerá se houver muito por dentro.
Talvez diminuta me vejam,
por dentro sei, minha vida custou caro,
caríssimo!
Deve ser minha trajetória,
conviver com limites,
com retoques,
com o final da fila.
Pelos que decidiram quem sou,
não vale a pena mudar nada,
nem por fora,
nem por dentro.
Para os que ainda tem dúvidas,
ofereço tudo o que sou,
se puderem entender de avessos.
Mas quero, por fim, estar entre os que acreditam em mim.
em tempo,
não ser desforme.
Conforme passa o tempo,
envelheço,
me conformo e me esqueço.
Tento, como tento,
conciliar o de fora com o de dentro,
ter a mesma forma,
independente,
de um dia cansado,
de um amor acabado,
de ouvir um não,
de não ter tanto talento,
de não conseguir acertar o alvo,
de não ser o esperado,
ainda tento.
Mais vale a beleza do avesso,
do que aquilo que se nota por fora.
Talvez haja pouco por fora,
mas valerá se houver muito por dentro.
Talvez diminuta me vejam,
por dentro sei, minha vida custou caro,
caríssimo!
Deve ser minha trajetória,
conviver com limites,
com retoques,
com o final da fila.
Pelos que decidiram quem sou,
não vale a pena mudar nada,
nem por fora,
nem por dentro.
Para os que ainda tem dúvidas,
ofereço tudo o que sou,
se puderem entender de avessos.
Mas quero, por fim, estar entre os que acreditam em mim.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
O dia seguinte
A gente confia no que sabe, no que aprendeu, no que entendeu.
Confia na razão das atitudes, no olhar constrangedor, que arranca obediência, mas nos dilacera o choro.
A gente confia na teoria dos livros, nas teses e estudos, nos conselhos, nos amigos...
Tem dias que tudo dá certo, mansidão, abraços e calmaria, tem dias que não, e nesses de mar revolto dá até para pensar que estamos sós e que será assim.
A gente confia em ventos melhores, em dia de sol, em "porto seguro", ansiosamente, esperando pelo amanhecer.
A gente espera que o dia seguinte seja, mágicamente, transformado em horas mágicas de bem-estar e alegria, e começa a pensar que não é nada fácil, mas que seria.
A gente confia em super poderes (nos nossos!) e aí descobre que o destino será o chão!
E descobre que sempre será o chão.
No chão de joelhos dobrados, de mãos entrelaçadas e de coração rendido.
Tentando fazer uma oração,
ter uma conversa,
pedir ajuda,
preservar o silêncio.
Receber do céu, o "Maná" de hoje, confiando que amanhã seremos supridos outra vez.
Confia na razão das atitudes, no olhar constrangedor, que arranca obediência, mas nos dilacera o choro.
A gente confia na teoria dos livros, nas teses e estudos, nos conselhos, nos amigos...
Tem dias que tudo dá certo, mansidão, abraços e calmaria, tem dias que não, e nesses de mar revolto dá até para pensar que estamos sós e que será assim.
A gente confia em ventos melhores, em dia de sol, em "porto seguro", ansiosamente, esperando pelo amanhecer.
A gente espera que o dia seguinte seja, mágicamente, transformado em horas mágicas de bem-estar e alegria, e começa a pensar que não é nada fácil, mas que seria.
A gente confia em super poderes (nos nossos!) e aí descobre que o destino será o chão!
E descobre que sempre será o chão.
No chão de joelhos dobrados, de mãos entrelaçadas e de coração rendido.
Tentando fazer uma oração,
ter uma conversa,
pedir ajuda,
preservar o silêncio.
Receber do céu, o "Maná" de hoje, confiando que amanhã seremos supridos outra vez.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Quem derá eu tivesse mãos boas para ajudar,
estes pés, não sabem caminhos certos,
me fazem tropeçar.
Quem derá eu pudesse ouvir e fazer,
saber quem fala comigo,
da cruz,
da luz,
do perdão.
Quem derá eu viesse em paz,
sem bélicas intenções,
de alma liberta,
de mãos dedicadas,
de vez, eu viesse.
Quem derá eu quisesse o bem ter comigo,
não sei,
não consigo,
sem Ti não consigo.
Provei.
Quem derá em Teu abraço,
pousar meu cansaço,
deixar minhas queixas,
quem sabe ficar.
Eu sei.
Quem derá orar...
estes pés, não sabem caminhos certos,
me fazem tropeçar.
Quem derá eu pudesse ouvir e fazer,
saber quem fala comigo,
da cruz,
da luz,
do perdão.
Quem derá eu viesse em paz,
sem bélicas intenções,
de alma liberta,
de mãos dedicadas,
de vez, eu viesse.
Quem derá eu quisesse o bem ter comigo,
não sei,
não consigo,
sem Ti não consigo.
Provei.
Quem derá em Teu abraço,
pousar meu cansaço,
deixar minhas queixas,
quem sabe ficar.
Eu sei.
Quem derá orar...
Porção
...e ainda temos tanto pela frente, (nas minhas contas).
não sei se ouso reclamar, dos meus cansaços.
teimosa que sou,
nem sempre me dou por vencida,
insisto,
mas tão rápido desisto.
Temos culpa.
Culpa proverbial mesmo,
há coisas que atropelam a gente,
a gente deixa,
não dá passagem,
fica na frente.
A gente,
ouve palavras que são feito estiletes, rasgam tanto que sobram só os farrapos, mas a gente ouve.
Não dá para se desconectar da vida,
mas dá vontade as vezes.
Nem sempre dá para saber sobre o que é melhor falar.
A gente tenta, com a poesia,
com o silêncio,
com o jeito de ser,
como sabemos.
Mesmo assim a culpa existe,
e nem é culpa nossa, se faltou palavra,
se faltou paciência,
se faltou amor.
Mas é culpa nossa quando falta vontade, e falta.
A gente vai se diluindo pelos dias,
perdendo o paladar,
deixando de dar sabor,
ninguém mais sabe que gosto tínhamos.
Nem nós que gosto dávamos.
Não salgamos mais,
ninguém mais sente a doçura em nós.
Não somos mais sápidos o bastante.
A gente perde a noção do que de fato importa.
Saber temperar a vida...
Nem pouco, nem muito,
para ficar e deixar satisfeitos a nós,
aos outros...
não sei se ouso reclamar, dos meus cansaços.
teimosa que sou,
nem sempre me dou por vencida,
insisto,
mas tão rápido desisto.
Temos culpa.
Culpa proverbial mesmo,
há coisas que atropelam a gente,
a gente deixa,
não dá passagem,
fica na frente.
A gente,
ouve palavras que são feito estiletes, rasgam tanto que sobram só os farrapos, mas a gente ouve.
Não dá para se desconectar da vida,
mas dá vontade as vezes.
Nem sempre dá para saber sobre o que é melhor falar.
A gente tenta, com a poesia,
com o silêncio,
com o jeito de ser,
como sabemos.
Mesmo assim a culpa existe,
e nem é culpa nossa, se faltou palavra,
se faltou paciência,
se faltou amor.
Mas é culpa nossa quando falta vontade, e falta.
A gente vai se diluindo pelos dias,
perdendo o paladar,
deixando de dar sabor,
ninguém mais sabe que gosto tínhamos.
Nem nós que gosto dávamos.
Não salgamos mais,
ninguém mais sente a doçura em nós.
Não somos mais sápidos o bastante.
A gente perde a noção do que de fato importa.
Saber temperar a vida...
Nem pouco, nem muito,
para ficar e deixar satisfeitos a nós,
aos outros...
domingo, 31 de janeiro de 2010
Hoje, sem verso, empresto sem culpa, sem inveja, simplesmente, empresto de alguém que chegou antes de mim, e sei lá porque disse o que eu gostaria de ter dito...
"Não é segurando nas asas que se ajuda um pássaro a voar. O pássaro voa simplesmente porque o deixam ser pássaro".
Mia Couto em "Antes de Nascer o Mundo" - Cia das Letras, p.52
é isso...
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
...continuo com o coração grelhado, mas presa as razões.
inquietação na alma,
gosto de finitude,
tentativa de prece.
A menina que fui ainda se parece comigo,
ainda tenho erguidas,
construções adolescentes,
ainda tenho inquietações desse tempo.
fico no caminho da bruma,
no ciclo de evolução,
na ansia de ser melhor.
De coração grelhado,
não sei o que é chorar com os que choram,
gastar com o que não é "pão",
perdoar de verdade.
Ainda levanto muros para mim,
não sei contruir para o outro.
Sou criatura,
sob os olhos compassivos do Criador.
inquietação na alma,
gosto de finitude,
tentativa de prece.
A menina que fui ainda se parece comigo,
ainda tenho erguidas,
construções adolescentes,
ainda tenho inquietações desse tempo.
fico no caminho da bruma,
no ciclo de evolução,
na ansia de ser melhor.
De coração grelhado,
não sei o que é chorar com os que choram,
gastar com o que não é "pão",
perdoar de verdade.
Ainda levanto muros para mim,
não sei contruir para o outro.
Sou criatura,
sob os olhos compassivos do Criador.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Apenas um euzinho...
Escrevo para ouvir minha voz...
Um grito na alma.
Só sei, a voz é mansa,
como um repente de lembrança,
um ardor de consciência,
um tremor de verdade.
Um sussuro divino,
um alerta.
Como se meu coração fosse tirado do peito,
reaquecido em mãos milagrosas,
recolocado com outro compasso.
Como se minha mente fosse exposta,
minhas vontades sob um confronto,
curvadas,
entregues ao bem maior que não tenho em mim.
Não,
não desejo o mal,
mas, sou arquiteta de vinganças,
tecelã de avessos.
Escrevo para confessar,
por indulgência,
por vergonha,
por culpa.
para desintoxicar.
Diálogo temerário,
entender a natureza da minha humanidade.
Triste saber que despedaço a esperança,
e continuo tropeçando em meus cadarços,
minhas certezas,
minhas razões.
Doeu muito a lucidez de agora,
ter a certeza do "euzinho" que sou.
foi para o concurso literário "Amigos do Livro"
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Não cicatrizo direito,
vai ver é defeito que tenho.
Defeito ou jeito de ser.
Me sobra o rosto molhado,
um drama matinal,
uma mal estar esverdeado nos olhos.
Me sobra o tempo seduzido,
pretensos caminhos,
um lastro de lucidez.
Quem não tem um dia daqueles?
Passado na peneira,
regado a café forte,
um tanto indomáveis?
Há cortes doendo ainda...
Vai ver vejo demais,
ouço demais,
sinto demais.
Não navego nas mesmas águas que outros,
mas quem me guia?
O efeito é: "meio do mar",
com sol na cabeça,
sem saber quando haverá terra,
ou sombra,
ou trégua.
e o sal?
o sal faz arder...
vai ver é defeito que tenho.
Defeito ou jeito de ser.
Me sobra o rosto molhado,
um drama matinal,
uma mal estar esverdeado nos olhos.
Me sobra o tempo seduzido,
pretensos caminhos,
um lastro de lucidez.
Quem não tem um dia daqueles?
Passado na peneira,
regado a café forte,
um tanto indomáveis?
Há cortes doendo ainda...
Vai ver vejo demais,
ouço demais,
sinto demais.
Não navego nas mesmas águas que outros,
mas quem me guia?
O efeito é: "meio do mar",
com sol na cabeça,
sem saber quando haverá terra,
ou sombra,
ou trégua.
e o sal?
o sal faz arder...
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
...tem dias que carrego um coração de chumbo e me canso.
Preciso de outros pensamentos, uns novos, uns diferentes, uns desses nascidos a pouco.
Me faço em trajeto, buscando caminho novo também.
Em mim que já sei decor, mudo que seja, o passo,
mas a pressa é a mesma.
Sem muita ternura, que sei, antes era mais usual,
sem muitas palavras,
e agora também sem verso, sigo em mim.
...tem dias que carrego poemas, tem dias que não e me canso.
Canso de recomeços e de cuidados.
De falar outra vez o que já foi dito.
De "chorar o leite derramado",
padeço de alma inquieta,
E temo não ter mais doçuras.
Conto o tempo nos dedos,
o tempo que cabe neles,
e fico ouvindo o barulho do relógio, infalível,
de pulso,
no ouvido.
Me canso mais fácil,
mais facil ser impaciente,
preciso de óculos para enxergar distante.
Fecho os olhos ainda, para não ver tudo o que está próximo.
Nem sempre falo o que me alfineta,
nem sempre quero também...
Não sei aliviar o peso aqui dentro do peito,
e faço mais contas nos dedos,
mais outras, de tempo em tempo.
Hoje, estou presa em mim,
de coração feito bola de ferro,
amarrada aos pés.
Mesmo que pudessem,
não iriam a lugar nenhum.
Preciso de outros pensamentos, uns novos, uns diferentes, uns desses nascidos a pouco.
Me faço em trajeto, buscando caminho novo também.
Em mim que já sei decor, mudo que seja, o passo,
mas a pressa é a mesma.
Sem muita ternura, que sei, antes era mais usual,
sem muitas palavras,
e agora também sem verso, sigo em mim.
...tem dias que carrego poemas, tem dias que não e me canso.
Canso de recomeços e de cuidados.
De falar outra vez o que já foi dito.
De "chorar o leite derramado",
padeço de alma inquieta,
E temo não ter mais doçuras.
Conto o tempo nos dedos,
o tempo que cabe neles,
e fico ouvindo o barulho do relógio, infalível,
de pulso,
no ouvido.
Me canso mais fácil,
mais facil ser impaciente,
preciso de óculos para enxergar distante.
Fecho os olhos ainda, para não ver tudo o que está próximo.
Nem sempre falo o que me alfineta,
nem sempre quero também...
Não sei aliviar o peso aqui dentro do peito,
e faço mais contas nos dedos,
mais outras, de tempo em tempo.
Hoje, estou presa em mim,
de coração feito bola de ferro,
amarrada aos pés.
Mesmo que pudessem,
não iriam a lugar nenhum.
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